Com mais de 160 milhões de pets no país, Julho Dourado reforça a importância da saúde animal

A campanha busca chamar a atenção para ações fundamentais, como vacinação, prevenção de doenças, consultas veterinárias, higiene e alimentação.

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    Com uma população estimada de 160,9 milhões de animais de estimação, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de países com mais pets. Cães, gatos, aves, peixes, répteis e pequenos mamíferos fazem parte da rotina de milhões de lares brasileiros — realidade que reforça a importância de iniciativas voltadas à saúde, proteção e bem-estar dos animais.

    No Paraná, esse cuidado ganha destaque durante o Julho Dourado, mês dedicado à conscientização sobre a causa animal, instituído pela Lei estadual n.º 19.472/2018, de autoria do deputado Cobra Repórter (PSD).

    A campanha busca chamar a atenção para ações fundamentais, como vacinação, prevenção de doenças, consultas veterinárias, higiene e alimentação adequada, além de incentivar a adoção de animais abandonados e o combate aos maus-tratos. “Os animais não têm quem os defenda, não têm noção da maldade humana. É nossa responsabilidade cuidar, proteger e garantir que tenham seus direitos respeitados”, afirma o parlamentar.

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    Créditos: Arte: Anne Botero

    A verticalização das cidades e o estilo de vida urbano têm alterado o perfil dos lares com animais: os cães ainda são maioria (62,2 milhões), mas cresce a procura por animais de menor porte e mais independentes, como aves ornamentais (42,8 milhões) e gatos (30,8 milhões), segundo dados da Abinpet e do Instituto Pet Brasil.

    Em Curitiba, há um cão para cada três habitantes e um gato para cada nove pessoas. Os dados são do Censo Animal, contratado pela prefeitura e divulgado em 2023, apontando 584.661 cães e 185.379 gatos na capital. Os números também revelaram que 13% dos cães têm acesso à rua sem supervisão (semi-domiciliados ou abandonados). São 76 mil cães nesta situação. 17 mil cachorros estão em situação de rua. Do total de gatos da cidade, 69 mil – o que representa 37% do total – têm acesso à rua sem supervisão. A pesquisa tem 95% de nível de assertividade.

    Campanha

    O Julho Dourado está previsto no Calendário Oficial de Eventos do Estado e estimula ações em todo o Paraná. Entre elas, estão o pedido para que prédios públicos sejam iluminados na cor dourada, o envio de ofícios a prefeituras, câmaras e entidades da área animal, e a promoção de campanhas educativas em rádios e TVs. A proposta também visa ampliar a articulação entre órgãos públicos, privados e organizações da sociedade civil, com foco na saúde de animais domésticos e de rua.

    A campanha tem um papel essencial na prevenção de zoonoses — doenças que podem ser transmitidas entre animais e seres humanos, como raiva, leptospirose, febre maculosa, leishmaniose e toxoplasmose. A vacinação é uma das principais formas de evitar essas enfermidades, além de contribuir para sua erradicação. Veterinários alertam ainda para a importância de check-ups regulares, que ajudam no diagnóstico precoce e no controle de doenças silenciosas.

    Inspirada nos princípios da Declaração Universal dos Direitos dos Animais, da ONU e da Unesco, a lei que criou o Julho Dourado propõe a valorização da vida em todas as suas formas e o respeito aos direitos dos animais.

    “Esses seres tão fiéis e inocentes merecem todo o nosso respeito e cuidado. Como defensor da causa animal, sugeri ao governador Ratinho Junior a criação do CastraPet, um programa de castração gratuita que hoje é referência no Estado. Também apresentei projetos importantes, como a construção de hospitais veterinários regionais, a criação de delegacias especializadas em maus-tratos, programas de distribuição de ração para famílias de baixa renda, atendimento odontológico gratuito com o DentalPet e até telemedicina veterinária por meio do programa Saúde Animal On-line”, detalhou o deputado Cobra Repórter.

    Denúncias

    Outro aspecto que evidencia a relevância da campanha é o número de denúncias. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (SESP), somente em 2024, o Disque-Denúncia 181 recebeu mais de 11 mil registros sobre situações de maus-tratos no Paraná. No ano anterior, foram pouco mais de 9 mil. As ocorrências formalizadas com base na Lei de Crimes Ambientais também aumentaram: de 2.105 casos em 2023 para 2.295 no ano seguinte. Esses números mostram que a população está cada vez mais atenta, mas também que o problema persiste, reforçando ações de proteção.

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