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O Governo do Paraná entregou nesta quarta-feira (14) a Licença de Instalação (LI) para a construção da primeira usina de etanol de milho da Coamo Agroindustrial Cooperativa, localizada em Campo Mourão, no Centro-Oeste do Estado. O documento foi emitido pelo Instituto Água e Terra (IAT), autarquia vinculada à Secretaria do Desenvolvimento Sustentável.
Com investimento estimado em R$ 1,7 bilhão, a planta industrial será financiada parcialmente com recursos do Fundo Clima por meio do BNDES, que aprovou R$ 500 milhões para o projeto. O início das operações está previsto para o segundo semestre de 2026.
A nova usina terá capacidade para processar 1.700 toneladas de milho por dia, produzindo até 765 mil litros de etanol a cada 24 horas. Cerca de 500 mil a 600 mil toneladas de milho da produção recebida anualmente pela Coamo serão destinadas à nova unidade.
Além do biocombustível, a planta irá gerar 510 toneladas diárias de DDGS (farelo proteico para ração animal) e 34 toneladas de óleo de milho, que poderá ser utilizado para fabricação de biodiesel.
Outro diferencial do projeto está na autossuficiência energética. A usina utilizará uma matriz térmica baseada em eucalipto de reflorestamento próprio, com capacidade de geração de 30 megawatts, suficiente para abastecer o parque industrial da cooperativa.
Durante a fase de construção, estão previstos 2.200 empregos diretos. Após o início da operação, o número estimado de postos fixos é de 250 trabalhadores.
Com a nova planta, a Coamo amplia seu papel na cadeia agroindustrial sustentável, somando-se a outras operações em alimentação humana, ração animal e energia limpa, e reforçando o posicionamento do Paraná como polo nacional de biocombustíveis e agroindústria tecnológica.
Atualmente, o Brasil conta com 24 usinas de etanol de milho, sendo 11 dedicadas exclusivamente a esse grão. A maior parte está na região Centro-Oeste, mas projetos como o da Coamo indicam um movimento de expansão para outras regiões.