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O vereador Mário Hossokawa (PP) admitiu sentir mágoa do colega de Câmara, Sidnei Telles (Podemos). Um áudio vazado durante a eleição para a Presidência do Legislativo, realizada na manhã deste domingo (23), revelou um possível atrito entre os dois ex-presidentes da Casa. Em conversa com Mário Verri (PT), Telles afirmou que não votaria em Hossokawa para 1º Secretário pois o pepista estaria ‘falando mal’ dele para outros vereadores.
Hossokawa conversou com a reportagem do Maringá Post na manhã desta segunda-feira (24). Questionado sobre o áudio vazado, o parlamentar confessou guardar mágoa do agora 1º vice-presidente, por conta do distanciamento entre ambos que ocorreu logo após Telles assumir o legislativo interinamente.
“O que eu senti muito foi a ausência dele, porque era o vereador que mais frequentava o meu gabinete aqui, ele como 1º vice-presidente. Então, no mínimo, três ou quatro vezes por dia ele vinha aqui para bater papo, independente do assunto, ele era uma pessoa próxima de mim. No entanto, eu fiquei muito triste porque, no momento que eu fui afastado de forma provisória, ele deixou de frequentar o meu gabinete, nunca mais veio aqui, nunca deu um telefonema para trocar ideia sobre alguma situação. Então, eu senti muito esse distanciamento dele daqui do meu gabinete”, disse.
Mário também revelou uma outra situação que o deixou chateado: uma suposta ‘comemoração’ feita por Sidnei, no dia que assumiu a Presidência de forma interina.
“Aliás, uma coisa que eu não disse nada, não reclamei, mas no dia em que ele assumiu internamente, ele veio com uma garrafa de pinga debaixo do braço, com dois copinhos bem pequenos e veio aqui para brindar comigo. Ele brindou no dia que fui afastado. Então, eu brindei com ele, não tem problema nenhum. Na hora eu não senti nada, mas eu achei estranho. De qualquer forma, eu não falei nada para ele, para ele agir naturalmente, mas eu senti muito, porque ele afastou de mim e nunca mais conversou”, afirmou ao Maringá Post.
Ainda na entrevista, o agora ex-presidente da Câmara negou a interferência do deputado Ricardo Barros (PP) na eleição. No áudio, Telles afirmou que o parlamentar teria pedido voto em Hossokawa para 1º Secretário.
“Isso se chama articulação, isso é natural no jogo político. Mas em nenhum momento o deputado Ricardo ou o prefeito Silvio Barros, saíram pedindo voto para ninguém. Eu sim, como ex-presidente da Câmara e também responsável por tantas coisas aqui, pedi para muitos vereadores e para mim também, para continuar como 1º Secretário”, disse.
Por meio de nota enviada ao Maringá Post, Sidnei Telles afirmou que o áudio “apenas comprova” que sua escolha foi livre e “sem ceder a pressões”. Leia a nota na íntegra:
“Meu compromisso sempre foi com a verdade e com os valores que acredito. O áudio vazado apenas comprova que minha escolha foi livre, sem ceder a pressões. Sendo assim, decidi pelo que achei melhor para a Câmara, garantindo transparência e democracia. Eu faço política que representa o que eu acredito e que representa o meu eleitorado, com responsabilidade e respeito ao cidadão”.
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