Maringá: Jeremias nega ter feito ameaças a apresentador de TV: “Se ofendi alguém, peço mil desculpas”

Em coletiva de imprensa após a primeira sessão da Câmara de Maringá em 2025, vereador confirmou ter ido até a emissora onde Nader Khalil trabalha, mas afirmou que queria conversar. Ele afirma que o inquérito policial provará a sua inocência.

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    O vereador de Maringá, Jeremias (PL), que na semana anterior havia se envolvido em uma polêmica com o apresentador de TV Nader Khalil, negou que tenha feito ameaças ao Jornalista. Ele concedeu coletiva de imprensa nesta terça-feira (4), ao fim da primeira sessão ordinária da Câmara em 2025.

    Foi o próprio parlamentar quem pediu para falar com os Jornalistas que estavam cobrindo a sessão para “deixar bem esclarecido” o assunto. Jeremias confirmou que foi até a sede da RICTV Maringá na última quarta-feira (29) para falar com Nader, mas negou que a visita tenha tido a intenção de constranger o intimidar o profissional. Segundo o vereador, ele queria apenas conversar com o apresentador. Ele também negou que tenha ido ao local com ‘capangas’.

    “Eu não gostei da maneira que o apresentador apresentou o meu projeto, ele não apresentou o conteúdo total ali. […] Eu tenho meu projeto, na íntegra, se vocês quiserem, a gente repassa cópias. Como não houve isso, eu mandei uma mensagem solicitando horário para resposta, para explicação do projeto. Como eles não me concederam, eu estive, sim, na RIC TV. […] Falaram que eu estive com capangas. Que capanga, gente? Essas pessoas trabalharam comigo, inclusive, na campanha. Eu acho que é um direito de qualquer cidadão, gente, de ir a uma emissora e dizer ‘eu quero falar com o apresentador’. Não houve nenhuma ameaça, nem verbal, e é como eu já disse, como é que a pessoa vai fazer uma ameaça sem armas? Eu cheguei lá e disse, eu queria falar com o Nader, ele está no ar, eu falei, eu aguardo, eu não estou com pressa”, disse.

    O caso ocorreu na última quarta-feira (29). Veiculada na edição do Balanço Geral Maringá, uma reportagem tratava de uma indicação feita pelo vereador Jeremias (PL) à Prefeitura de Maringá, sugerindo que o Executivo concedesse folgas remuneradas aos servidores municipais no dia do aniversário. Ao fim da reportagem, o apresentador Nader Khalil, que substitui o apresentador titular do noticiário, comentou que, no momento, talvez a Prefeitura tenha assuntos “mais importantes” para serem discutidos.

    O comentário teria irritado o parlamentar e autor da indicação. Segundo um Boletim de Ocorrência, Jeremias teria ido até a sede da emissora acompanhado de dois ‘capangas’ para cobrar explicações do apresentador. O B.O também aponta que o vereador teria seguido a esposa do Jornalista, outro fato também negado pelo parlamentar nesta terça (4).

    “Nem sei se ele é casado, nunca vi, como que ia acompanhar uma senhora, eu sou pregador de lealdade nessa linha de raciocínio, vocês acham que eu ia fazer isso? Isso não procede, depois vocês vão ver no inquérito, que já deram o B.O. na delegacia, eu simplesmente vou explicar ao delegado que isso nunca aconteceu, e eles não têm elementos para provar que houve alguma ameaça. […] Às vezes a gente expressa com insistência alguma pessoa, isso é coisa dos humanos, mas nisso daí, pelo amor de Deus, se eu ofendi alguém, eu peço mil desculpas, mas dizer que eu fui ameaçar, eu não posso aceitar”, explicou o vereador.

    A reportagem procurou o Grupo RIC, que se manifestou por meio de nota. Leia na íntegra:

    “A RIC esclarece que, em sua cobertura jornalística, não afirmou que o vereador esteve acompanhado de “capangas”, mas sim de supostos seguranças, conforme ele próprio mencionou. Ademais, o próprio parlamentar já declarou em entrevista a outro veículo de comunicação de que há pessoas que tomam suas dores.

    Importante ressaltar que as informações divulgadas pela RIC, tanto na nota oficial quanto na notificação extrajudicial, foram baseadas em testemunhos de pessoas que presenciaram os fatos e que podem atestar a conduta alterada e beligerante do vereador. Tal comportamento gerou sensação de insegurança e medo entre os colaboradores da emissora no momento em que ele permaneceu no local.

    Por fim, reforçamos que a RIC, em momento algum, utilizou o termo “capangas” para se referir aos indivíduos que acompanhavam o vereador. A emissora limitou-se a relatar os fatos e a percepção dos profissionais que ali estavam, especialmente diante do estado emocional do parlamentar durante a interlocução.”

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