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A campanha eleitoral de 2024 começou, oficialmente, nessa sexta-feira (16). A busca por recursos para as campanhas, no entanto, vem desde o início do ano. Em junho, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou quanto cada partido receberia, na esfera federal, do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, que neste ano é de quase R$ 5 bilhões.
A distribuição deste fundo para as campanhas em cada município do Brasil, no entanto, não é definida pelo órgão, ficando a cargo das próprias legendas. Em nível nacional, o Partido Liberal (PL) é quem ficou com a maior fatia, com quase R$ 900 milhões, seguido de Partido dos Trabalhadores (PT), com pouco mais de R$ 619 milhões e União Brasil em terceiro, com R$ 536 milhões.
Em algumas cidades, o financiamento público das campanhas é um importante aliado, como é o caso de Maringá. Na eleição municipal de 2020, por exemplo, recursos públicos pagaram 70% das despesas com todas as campanhas. Os dados foram levantados pelo Maringá Post, a partir de uma consulta ao Portal de Dados Abertos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As informações são disponíveis para consulta pública e podem ser vistas por qualquer cidadão, a partir deste link.
Na última disputa municipal, os partidos declararam gastos de R$ 8,3 milhões com as campanhas em Maringá – englobando as de prefeito(a) e vereadores(as) -. Do total, R$ 5,8 milhões foram pagos com recursos públicos, que incluem o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, popularmente conhecido como Fundo Partidário, e o Fundo Eleitoral.
24 siglas lançaram candidatos na disputa maringaense de 2020. Ao todo, elas receberam R$ 9,6 milhões em receitas para a campanha, entre recursos públicos e privados. Os recursos públicos representaram 66% do total – R$ 6,3 milhões -, enquanto os particulares somaram R$ 3,2 milhões ou 34% do total.
Entre todas as legendas, apenas duas não usaram dinheiro público na campanha daquele ano em Maringá: NOVO e Avante. Dos R$ 6,3 milhões destinados a Maringá, quase metade ficaram concentrados nas campanhas de Progressistas (R$ 1,4 milhão) e Partido Social Democrático (PSD), com R$ 1,3 milhão. Veja a distribuição de recursos públicos na campanha de 2020 na tabela abaixo:
Partido | Receita – Recursos Públicos | Receita – Recursos Privados |
Avante | R$ 0 | R$ 122.000,00 |
Cidadania | R$ 55.000,00 | R$ 5.843,00 |
DEM | R$ 161.500,00 | R$ 78.640,00 |
MDB | R$ R$ 1.976,93 | R$ 96.442,60 |
NOVO | R$ 0 | R$ 94.319,41 |
Patriota | R$ 70.250,00 | R$ 50.876,00 |
PCdoB | R$ 3.422,78 | R$ 1.100,00 |
PDT | R$ 142.392,73 | R$ 212.051,44 |
PL | R$ 635.467,95 | R$ 81.291,10 |
PODEMOS | R$ 407.803,20 | R$ 338.174,96 |
PROGRESSISTAS | R$ 1.421.349,85 | R$ 182.318,66 |
PROS | R$ 445.971,86 | R$ 295.428,59 |
PRTB | R$ 1.852,95 | R$ 2.800,00 |
PSB | R$ 61.098,33 | R$ 77.012,12 |
PSC | R$ 10.500,00 | R$ 121.428,24 |
PSD | R$ 1.349.627,50 | R$ 801.226,03 |
PSDB | R$ 25.000,00 | R$ 268.467,97 |
PSL | R$ 2.865,65 | R$ 119.142,13 |
PSOL | R$ 42.351,36 | R$ 11.800,73 |
PT | R$ 605.350,70 | R$ 167.979,85 |
PTB | R$ 19.100,00 | R$ 32.540,00 |
PTC | R$ 311.300,00 | R$ 0 |
REDE | R$ 398.728,62 | R$ 24.462,78 |
REPUBLICANOS | R$ 198.236,65 | R$ 103.527,62 |
Recursos privados
O financiamento privado das campanhas maringaenses representou 34% do total das receitas levantadas pelos partidos em 2020. Ao todo, foram R$ 3,2 milhões arrecadados pelas siglas através de doadores como empresas, pessoas físicas e recursos próprios dos candidatos. De acordo com o TSE, o capital privado pagou R$ 2,5 milhões das despesas daquela campanha.
Falando em recursos próprios, os candidatos tiraram R$ 764 mil do próprio bolso para bancar a disputa, menos de 10% do total das despesas. Entre os candidatos que mais usaram o próprio dinheiro na campanha, liderou Evandro Oliveira (PSDB), à época candidato a prefeito e novamente candidato ao Executivo em 2024. Em 2020, Oliveira pagou R$ 189 mil em recursos próprios na sua campanha, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral.
O que custou mais caro na campanha de 2020 em Maringá?
Entre as despesas presentes nas prestações de contas dos partidos, a produção de vídeos e programas de rádio e TV foram os gastos mais caros, representando R$ 1,3 milhão dos pagamentos. Em segundo lugar aparece as despesas com pessoal – que envolve a contratação de cabos eleitorais, assessores e afins -, com R$ 1,2 milhão. A publicidade em material impresso foi o terceiro maior gasto, com R$ 1,1 milhão.
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