Maringá tem o menor número de candidatos à Prefeitura em mais de cinco décadas

A última vez que a Cidade Canção teve menos de cinco candidatos ao Executivo foi em 1972, no pleito que elegeu Silvio Magalhães Barros. Desde então, disputas sempre tiveram, ao menos, seis concorrentes.

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    A eleição de 2024 trará um marco histórico para Maringá. Na disputa pela Prefeitura, o pleito deste ano será o com o menor número de candidatos em 52 anos. Neste ano, conforme as convenções partidárias, serão apenas cinco concorrentes: Silvio Barros (Progressistas), Edson Scabora (PSD), Evandro Oliveira (PSDB), Humberto Henrique (PT) e Pastor José Santos (Mobiliza).

    O Maringá Post fez uma pesquisa histórica para levantar a quantidade de concorrentes em cada pleito nas últimas décadas. Os dados foram levantados no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).

    A última vez que a Cidade Canção teve menos de cinco candidatos foi em 1972. Significa dizer que, desde a redemocratização, as disputas eleitorais em Maringá tiveram sempre, ao menos, seis candidatos.

    Em 1972, foram apenas três candidatos: Silvio Magalhães Barros (MDB), Egidio Asmann (Arena) e Marco Antonio Lourenço Correa (Arena). Barros saiu vencedor naquela disputa, com 29.218 votos. Da ditadura militar até a redemocratização do Brasil, em 1985, partidos tinham a possibilidade de lançar mais de um candidato a prefeito, quadro que só mudou a partir da disputa de 1988. Veja a quantidade de candidatos em cada ano em Maringá:

    AnoQuantidade de candidatos
    19723
    19766
    19827
    19886
    19928
    19969
    20009
    20048
    20087
    20128
    20168
    202013
    20245
    Fonte: Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR)

    Curiosamente, a eleição com o menor número de candidatos em mais de quatro décadas na Cidade Canção vem logo após o município bater seu recorde de candidaturas em uma única disputa, com 13 candidatos em 2020.

    Entre o fim de 2023 e começo de 2024, Maringá chegou a ter 14 ditos pré-candidatos. Muitos, como Sidnei Telles (Podemos), Professora Ana Lúcia (PDT), Luiz Lourenço Júnior (Novo) e Mário Verri (PT), que chegaram a dar entrevistas para veículos de comunicação nesta condição, desistiram antes de iniciar os movimentos de pré-campanha.

    Outros, que chegaram a ficar bem posicionados nas pesquisas, como Delegado Jacovós (PL), Do Carmo (União Brasil) e Homero Marchese (Novo), se retiraram da disputa mais recentemente. Nesses três últimos casos, o Partido Liberal (PL) anunciou apoio ao Progressistas, enquanto Do Carmo retirou a candidatura fazendo ataques a Sergio Moro e citando uma suposta interferência do senador no diretório municipal. Homero, que não foi lançado na convenção do Novo nessa segunda (5), não informou o motivo da desistência.

    Sem debates e sem mulheres na disputa

    Outras marcas negativas da eleição de 2024 em Maringá serão a ausência de debates televisivos e de mulheres na disputa majoritária. Em julho, a TV Maringá, afiliada do Grupo Bandeirantes na Cidade Canção, comunicou que não realizaria o tradicional debate entre os candidatos, se juntando a RPC na decisão ‘de caráter operacional’. É a primeira vez, desde 2000, que a eleição para prefeito será disputada sem os debates transmitidos na televisão.

    Também depois de duas décadas, Maringá não terá uma mulher na corrida eleitoral pela Prefeitura. A última vez que isso havia ocorrido foi em 2004. Desde então Maringá vinha tendo, ao menos, uma mulher candidata. Em 2008, foi Ana Pagamunici (PSTU); em 2012 foram Maria Iraclézia (DEM) e Débora (PSOL); em 2016 foi a vez de Priscila Guedes (PSTU) e, em 2020, Akemi Nishimori (PL) e Coronel Audilene (Progressistas).

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