Em uma sessão cansativa que só foi terminar depois das 4 horas da madrugada deste sábado, 22, os vereadores de Umuarama cassaram por 10 votos a 0 o mandato do prefeito Celso Pozzobom (PSC), acusado pagar com dinheiro público a compra de um apartamento em um condomínio de classe média próximo à área central de Umuarama. Esta é a terceira vez em Umuarama que vereadores cassam mandato de prefeito.
Segundo a Comissão Processante da Câmara apurou, Celso Pozzobom, na condição de prefeito, teria solicitado e recebido vantagem indevida de repasses do município à Norospar (Associação Beneficente de Saúde do Noroeste do Paraná).
O dinheiro pode ter a ver com o desvio de R$ 19 milhões do Fundo Municipal de Saúde, que foi investigo pelo Ministério Público do Paraná e resultou na Operação Metástase, do Grupo de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco, que prendeu servidores públicos e empresários, além do afastamento de servidores da Secretaria de Saúde, como a então secretária Cecília Cividines e, mais tarde, o próprio prefeito.
Com a cassação de Pozzobom, que já estava afastado do cargo desde setembro do ano passado por decisão da Justiça, que acatou pedido do Ministério Público, o vice-prefeito Hermes Pimentel será efetivado como prefeito em data ainda a ser definida.
O resultado da votação teve comemoração do lado de fora da Câmara, com gritos e fotos de artifício na madrugada.
Pode ter recurso
Os advogados que trabalharam na defesa de Celso Pozzobom disseram que aceitam a decisão da Câmara, mas que poderão recorrer se esse for o entendimento do prefeito cassado.
Segundo um dos advogados, houve erro na forma que a Comissão Processante colheu provas contra o prefeito, misturando o processo que corre contra Pozzobom pela compra do apartamento com o que tem relação com a Operação Metástase, do Ministério Público.
Assim, o momento em que os vereadores cassam o mandato do prefeitopode não significar o fim do processo.
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