Em entrevista à rádio Jovem Pan nesta terça-feira (18/6), o prefeito Ulisses Maia (PDT) disse que recebeu ofício em tom ‘ameaçador’ do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná (Sindicombustíveis). Segundo Maia, o sindicato reclama de uma entrevista em que afirmou que os postos de combustíveis praticavam cartel na cidade.
“Não existe uma coincidência de todos os postos estabelecerem o mesmo preço e alterarem o mesmo preço ao mesmo momento. Para mim, isso não deixa de ser cartel e eu disse isso em uma entrevista. Para minha surpresa, o sindicato de combustíveis mandou um ofício reclamando da minha postura, de certa forma ameaçador, e tentando justificar o que é injustificável”, disse Maia durante entrevista.
Desde fevereiro desse ano, equipes do Procon de Maringá reúnem documentos e notas fiscais dos postos. No dia 30 de maio, o órgão abriu procedimento investigativo preliminar para investigar a diferença dos preços dos combustíveis praticados em Maringá em relação a outras cidades da região.
Segundo Maia, o trabalho desenvolvido pelo Procon vai ser encaminhado para o Ministério Público, que pode tomar as providências necessárias. O prefeito adiantou que o município pretende fechar um convênio nos próximos dias com a Receita Estadual do Paraná para colocar em prática a lei sancionada no ano passado em que a prefeitura pode cassar o alvará de postos que venderem combustível adulterado.
De acordo com Ulisses Maia, as trocas de diretores no Procon de Maringá não afetaram o trabalho do órgão na fiscalização dos preços dos combustíveis. O prefeito também afirmou que a exoneração de João Luiz Agner Regiani do cargo ocorreu por causa de um desentendimento com a Câmara de Vereadores, o que deixou a permanência de Regiani no órgão insustentável.
Confira a entrevista completa do prefeito Ulisses Maia à rádio Jovem Pan. Desde segunda-feira (17/6), a Jovem Pan tem um canal exclusivo no Maringá Post. Para acessar os destaques do Pan News basta clicar aqui.
O Sindicombustíveis foi procurado na manhã desta terça-feira (18/6) pelo Maringá Post e uma nota oficial foi encaminhada no começo da noite. Segue abaixo a íntegra da nota.
“Nota do Sindicombustíveis-PR
O Sindicombustíveis-PR informa que enviou ofício com o objetivo de apresentar esclarecimentos sobre o mercado. O mercado é livre, regido pela concorrência, e está entre os mais fiscalizados do país.
O sindicato não formula ou regula preços. Como a entidade representa o segmento em todo o Paraná, apresentou no ofício informações relevantes para a compreensão do setor.
INVESTIGAÇÃO DO PROCON
O Sindicombustíveis-PR defende a legalidade no setor e, portanto, apoia as fiscalizações dos agentes públicos. Ressalta, contudo, que é fundamental investigar a fundo e não cometer generalizações ou acusações infundadas contra o segmento.
DIFERENÇA DE PREÇOS
– Sobre a diferença de preços entre cidades, esclarecemos que os postos não podem comprar os combustíveis diretamente das refinarias da Petrobras. Os postos são obrigados a comprar das distribuidoras.
Neste ponto, está uma das causas da diferença de preços entre cidades: as distribuidoras possuem políticas de preço diferentes para cada cidade. Isto é, praticam preços diferentes de uma cidade para outra, mesmo próximas.
– Outro fator é a diferença de custos que cada cidade oferece para que a estrutura do posto seja mantida, como aluguel de ponto e segurança, por exemplo.
Concluímos reforçando que o Sindicombustíveis-PR representa a revenda de combustíveis no Paraná, um segmento que gera mais de 40 mil empregos em todo o estado e está entre os maiores arrecadadores de impostos.
SINDICOMBUSTÍVEIS-PR – Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná”
- Reportagem atualizada às 19h10 desta segunda-feira (18/6) com a nota oficial do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis.
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