Em dia de paralisação nas escolas estaduais, universidades e dos agentes penitenciários, o Governo do Paraná, em reunião com membros do Fórum das Entidades Sindicais (FES) e deputados estaduais, propôs a criação de uma comissão permanente de diálogo com os servidores para tratar da reposição salarial e demandas dos trabalhadores.
Em Curitiba, um ato público organizado pelo FES, reuniu cerca de 10 mil servidores, de acordo com a APP-Sindicato. O protesto teve início na Praça Santos Andrade e seguiu em pelas ruas da capital até o Palácio Iguaçu, onde uma comissão de lideranças foi recebida pelo vice-governador, Darci Piana.
“Foi acertado que não será votada a reposição dos servidores de outros poderes, como Legislativo e Judiciário, sem colocar em votação também a nossa”, disse a coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais (FES), professora Marlei Fernandes. Ela também comemorou o recuo no discurso de que o Governo do Paraná não pagaria a data-base em 2019.
A partir desta terça-feira (30/4), um grupo de trabalho com cinco representantes dos FES, técnicos das secretarias da Fazenda e da Administração, representantes da governadoria e deputados estaduais começam a debater a possibilidade de reajuste salarial para 2019 e para os próximos anos.
“Foi restabelecido o diálogo, esse é um momento histórico para o Paraná”, afirmou Darci Piana. “O Estado tem dificuldades para cumprir os compromissos atrasados. Foi estabelecida essa comissão para resolver esses assuntos ao longo do mês de maio, para encontrar uma saída que seja boa para os dois lados”, afirmou.
O governador Ratinho Junior, que sugeriu a criação da comissão, cumpriu agenda em Brasília e não participou da reunião em Curitiba. Segundo Piana, a comissão permanente vai avaliar as questões relativas ao pagamento da data-base e reposição da inflação acumulada. O propósito é analisar alternativas para atender as demandas dos servidores e também as exigências legais que o Estado tem que cumprir.
Os técnicos do governo e os representantes da FES vão discutir estudos orçamentários realizados de ambos os lados e as projeções para recomposição salarial do funcionalismo para os próximos anos.
“A comissão vai discutir, avaliar. O governo vai apresentar as suas condições sobre a possibilidade de juntar os compromissos em atraso com a data-base”, afirmou o vice-governador, alertando sobre a dificuldade de zerar defasagens de uma única vez.
A comissão permanente de diálogo com os servidores também vai discutir questões ligadas à saúde do funcionário público, pautas da previdência, demandas estruturantes dos diversos segmentos do Estado e questões orçamentárias.
Além da capital, houve protestos nas principais cidades do estado, como Londrina, Cascavel, Foz do iguaçu e Maringá, onde centenas de pessoas fizeram um manifesto durante a manhã desta segunda-feira (29/4) na Praça da Prefeitura.
Segundo a FES, cerca de 30 sindicatos participam da mobilização. Os servidores públicos do Paraná estão com os salários congelados desde 2016 e, segundo o DIEESE, as perdas já somam 17,02%.
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