A governadora do Paraná Cida Borghetti (PP) deixa o cargo nesta segunda-feira (31/12). Entre os últimos atos para a cidade de Maringá, ela assinou o decreto de utilidade pública do Hotel Bandeirantes e determinou a inauguração da nova ala, com 108 leitos, do Hospital Universitário (HU).
Para funcionar, a ampliação do hospital depende de novos investimentos para a contratação de mais funcionários e compra de equipamentos. No caso do hotel, há todo um processo de desapropriação que demanda a continuação por parte do governador eleito Ratinho Junior.
Na divulgação sobre o decreto de utilidade pública do Hotel Bandeirantes, a governadora deixa claro que esta é apenas a primeira etapa para o processo de desapropriação do prédio de características modernistas, construído na década de 1950 pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná.
O prédio se encontra fechado desde 2005, ano que foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural do Paraná. O objetivo é que o prédio com 6 mil metros quadrados, 66 suítes e 30 vagas para estacionamento, localizado ao lado do Paço Municipal e da Catedral de Maringá, seja usado no futuro para abrigar um museu histórico.
“A construção do Hotel Bandeirantes foi um marco, não só por sua arquitetura e requinte, mas por ter sido palco de grandes acontecimentos e por ter hospedado autoridades, compradores de terras e empresários que impulsionaram o desenvolvimento regional”, afirmou Cida. “É uma edificação de importância histórica e cultural para a região.”
O valor da desapropriação foi calculado pela Prefeitura de Maringá e validado por parecer da Procuradoria-geral do Estado (PGE) em R$ 23,5 milhões. Segundo Cida, os recursos sairão do orçamento de 2018 da Secretaria de Estado da Cultura.
O projeto foi encomendado em 1951 ao arquiteto paulista José Augusto Bellucci, o mesmo responsável pela Catedral de Maringá. Além do projeto arquitetônico, Belluci também respondeu pelo design do mobiliário, luminárias e até mesmo pela escolha de detalhes como os tipos de talheres.
O hotel foi inaugurado em 1956 e se transformou em um dos ícones da cidade. O livro Espirais do Tempo – Bens Tombados do Paraná, publicado pela Secretaria de Estado da Cultura em 2006, destaca a obra como uma das pioneiras do estilo modernista do Estado.
Inauguração de ala vazia no HU
Cida Borghetti não participou da cerimônia de inauguração dos 108 leitos da nova ala do Hospital Universitário de Maringá. A obra recebeu o investimento de R$ 18,6 milhões. Para ser usado, o novo espaço depende da compra de equipamentos e da contratação de mais funcionários. O pronto-socorro do hospital é alvo de interdição ética do Conselho Regional de Medicina justamente por causa da falta de servidores.
De acordo com o superintendente do Hospital Universitário Regional de Maringá, Vicente Massaji Kira, o hospital dá um grande salto com a nova ala, mas é preciso investir mais no local. “Com este espaço devidamente equipado e com recursos humanos vamos trazer mais conforto e minimizar o sofrimento dos pacientes”, afirmou.
“Neste momento a superintendência do hospital, juntamente com a reitoria, vai definir os prazos para transferência de leitos e funcionamento do espaço. Após recursos novos para adequação da ala antiga o hospital poderá ter um aumento de até 120 leitos”, disse o secretário de Estado da Saúde, Antônio Carlos Nardi.
Alguns ajustes ainda serão feitos na obra, como o término na rede elétrica, caixa d’água elevada e pavimentação externa.
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