O suposto caixa 2 de R$ 500 mil na campanha eleitoral do prefeito Ulisses Maia (PDT) em 2016 voltou à pauta na sessão da Câmara de Maringá nesta quinta-feira (25/10). A ideia de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) revelou-se ilegal e a iniciativa de propor um requerimento com força mandatória não tem respaldo no Regimento Interno.
Restou fazer um convite formal ao prefeito para, se quiser, comparecer à Câmara para dar explicações a respeito do assunto, preferencialmente na da próxima terça-feira (30/10), quando terá sessão plenária. O pedido de fazer o convite foi feito pelos vereadores Willian Gentil (PTB), Luiz Pereira (PTB), Homero Marchese (Pros) e Do Carmo (PSL).
O presidente da Câmara Mário Hossokawa (PP) deferiu o pedido e disse, nesta tarde, que já expediu o convite. Explicou que os supostos fatos, se ocorreram, teriam sido em 2016 e portanto a Câmara não tem prerrogativa legal para criar uma CPI, já que não se trata de fato ocorrido em exercício do mandato. “A competência é da Justiça Eleitoral”, disse.
Também explicou que o Regimento Interno não prevê requerimento obrigando a presença do prefeito na Câmara, diferentemente de quando se trata de um servidor público, mesmo que seja do primeiro escalão. “Em relação ao convite, basta um vereador manifestar o pedido que a Mesa Diretora faz o deferimento”, afirmou o presidente.
A afirmação do ex-coordenador municipal de Projetos Governamentais Marco Merger, negada pelo próprio autor dois dias depois da gravação, viralizou nas redes sociais. A mensagem postada pelo prefeito em sua página no Facebook e a nota emitida pela assessoria de Comunicação da prefeitura, segundo Gentil, “não foram suficientes”.
Procurada, a assessoria de Comunicação da prefeitura informou por volta das 17 horas desta quinta que o convite havia chegado “há poucos minutos” no Gabinete do Prefeito, e que Ulisses Maia ainda não tinha se manifestado se aceitaria ou não comparecer à Câmara de Vereadores. “Ele está em reunião no momento”, informou.
A receita da campanha para prefeito de Ulisses Maia em 2016, segundo declarado à Justiça Eleitoral, foi de R$ 526.425,62. A maior doação foi do PDT, de R$ 105.800,00, o que representa 20,1% do total. O segundo maior doador foi Willian Victor Kendrick Silva, com R$ 58 mil (11,2%) e o terceiro o próprio candidato. com R$ 44.050,00 (8,37%).
Os principais gastos foram com pessoal, com pessoal (R$ 101 mil), produção jingle, logomarcas e gravações (R$ 80 mil) e adesivos (R$ 76.384,20). Entre os fornecedores, o ranking é liderado pela ASKF Propaganda e Editora Ltda (R$ 75 mil), D. Virginio Rocha – Comércio (R$ 63.371,20) e E. C. da Silva Publicidade (R$ 33 mil).
Na época, Ulisses Maia declarou ter bens que somavam pouco menos de R$ 600 mil, sendo o de maior valor um apartamento no Condomínio Residencial Villa Lobos (R$ 300 mil), dois veículos (um Hyndai Santa Fé de R$ 80 mil e um Hyndai Sportage de R$ 39 mil) e mais VGBL somando R$ 98,7 mil, entre outros recursos.
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