Suspeita de R$ 500 mil em caixa 2 na campanha de Ulisses Maia chega à Câmara de Maringá e ao Ministério Público. Administração municipal emite nota

  • O caso de um áudio do ex-coordenador de Projetos Governamentais da Prefeitura de Maringá, Marco Meger, no qual afirma ter entregue R$ 500 mil para o caixa 2 da campanha do prefeito Ulisses Maia em 2016, e que na sexta-feira (19) o levou a fazer um vídeo dando explicações, nesta terça-feira (23/10) chegou à Câmara de Maringá e ao Ministério Público.

    O vereador Willian Gentil (PTB), na segunda-feira (22), havia avisado também pelo aplicativo de smartphone pelo qual o áudio de Meger viralizou, que vai pedir a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os fatos. Pouco antes da sessão, por telefone o vereador disse que apresentará o pedido na quinta-feira (25).

    Em tempos de redes sociais, a história rapidamente ganhou grandes proporções e já na quinta-feira (18) provocou a exoneração do assessor da prefeitura. O áudio se refere a uma conversa telefônica de Meger com um irmão do prefeito Ulisses Maia, na qual ele diz “pra ir pra campanha levar R$ 500 mil em dinheiro, caixa 2, vocês ficaram felizes”.

    Ouça áudio do ex-CC da Prefeitura de Maringá sobre caixa 2. Edição do vídeo é anônima  

    Na sessão desta terça, Gentil usou a tribuna durante o pequeno expediente reforçando seu entendimento sobre a necessidade de apurar os fatos, mas não falou em CPI. Segundo ele, “a história ficou mal contada”. No vídeo, Meger confirma a autoria do áudio e diz que naquele momento “havia bebido umas a mais e tomado remédio para dormir”. E nega que entregou os R$ 500 mil.

    Veja vídeo de Marco Meger negando o que havia dito ao telefone

    Gentil disse que “se o prefeito não tomou providências legais cabíveis ficará comprovado que pegou mesmo o dinheiro. Prefeito, a população quer saber: o senhor pegou os R$ 500 mil reais para a sua campanha? Venha responder isso para nós”. Alex Chaves (PHS) disse que o caso deve ser apurado, “não por esta Casa, mas pela Justiça Eleitoral”.

    Homero Marchese (Pros) informou que “um grupo esteve no Ministério Público nesta manhã pedindo a instauração de inquérito para investigar a suspeita de caixa 2” e que, após a sessão, ele e os vereadores Gentil, Luiz Pereira (PTB) e Do Carmo (PSL) irão ao promotor reforçar o pedido de investigação.

    Marchese sugeriu que “as pessoas sérias deixem os gabinetes e digam o que sabem ao Ministério Publico, antes que seja tarde demais e tenham que fugir para as colinas”. O vereador afirmou durante o pequeno expediente, sem citar nomes, que “uma pessoa da região comprou carro e casa após a assinatura de um grande aditivo”.

    Vídeo da sessão da Câmara desta terça-feira (23/10): falas sobre caixa 2 estão no início

    O outro lado – A assessoria de comunicação da Prefeitura de Maringá encaminhou, às 11h45, a seguinte nota:

    “A administração municipal se posiciona com serenidade diante das tentativas de dar dimensão a uma ‘brincadeira’, como admitiu o ex-coordenador de Projetos Governamentais Marcos Meger, exonerado de cargo em comissão, ao fazer referência a irregularidades eleitorais em áudio.

    Num segundo áudio, Marcos Meger admite ainda que no dia da primeira gravação tinha ‘tomado umas a mais e remédio para dormir’, desculpando-se em seguida pelo ‘transtorno’, como ele próprio definiu. Portanto, o episódio é explicado pelo próprio autor, que reitera tratar-se de brincadeira.

    A Administração Municipal está à disposição para esclarecer eventuais dúvidas sobre o caso nas instâncias em que for solicitada.”

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