Vereadores de Maringá que faziam parte da base de apoio passam a criticar a administração Ulisses Maia

  • A lua de mel entre parte dos vereadores de Maringá e a administração do prefeito Ulisses Maia, a julgar pelos pronunciamentos durante os pequenos expedientes das três últimas sessões da Câmara, está chegando ao fim. Na sessão desta terça-feira (16/10), por exemplo, quatro vereadores ocuparam a tribuna livre para criticar a prefeitura.

    Os tons ácidos têm se pautado, principalmente, à promessas não cumpridas e a pedidos não atendidos. Vereadores que até recentemente elogiavam abertamente o prefeito e a administração municipal, passaram a tecer críticas pontuais. Alguns deles, após apontar os problemas, tentam aliviar e, vez ou outra observam que “a culpa não é do prefeito”.

    Na sessão desta terça, ocuparam a tribuna para criticar a administração municipal os vereadores Willian Gentil (PTB), Odair Fogueteiro (PHS), Belino Bravin (PP) e Carlos Mariucci (PT). Na sessão anterior, Gentil, Bravin e Fogueteiro já haviam expressado seus descontentamentos políticos e pessoais na tribuna da Câmara.

    Mariucci, estreante na nova trincheira, disse nesta terça que o “prefeito prometeu que a Avenida Vital Brasil e a Praça São Francisco de Assis seriam revitalizadas este ano e nada aconteceu”. Também afirmou que o “Aterro Sanitário está em situação irregular e recebendo lixo de outros 18 municípios”. E cobrou providências urgentes.

    Bravin disse que “nos últimos dois anos Floriano só viu festa, mais nada”. Cobrou a construção de um portal na entrada do distrito, o asfalto da rua do cemitério e médicos na unidade de saúde”. Segundo o vereador, “o prefeito precisa chacoalhar a roseira, porque os secretários não estão obedecendo”. E acrescentou: “Eu não consigo tirar uma árvore”.

    Gentil afirmou que “eu e Iguatemi sentimos uma decepção profunda”. Disse que o prefeito prometeu, em vídeo no Facebook, que o distrito teria uma unidade da Guarda Municipal, “mas foi tudo mentira, continuamos sem segurança”. Também criticou os “baixos salários dos assistentes operacionais” da prefeitura e a falta de ginecologista no distrito.

    Fogueteiro afirmou que “o prefeito, ao meu lado, prometeu para o padre da paróquia a duplicação da Avenida Mandacaru e nada foi feito”. Também afirmou que “há um ano e seis meses prometeu a revitalização da praça no final da Avenida Pedro Taques e um campinho de grama sintética no bairro, mas não fez nada. Estou envergonhado”.

    Durante os discursos no pequeno expediente, os vereadores Gentil e Onivaldo Barris (PHS), ambos residentes em Iguatemi, acabaram trocando insultos, com ambos chamando, um ao outro, de “doutor em puxa-saquismo”. Gentil disse que Barris era “um cara de pau” e o vereador respondeu que o colega “usava óleo de peroba”.

    Sintomaticamente, o esboço de um bloco de oposição na Câmara começou a ser traçado após o processo eleitoral, no qual seis vereadores de Maringá tentaram uma vaga na Assembleia Legislativa e dois deles foram eleitos, Homero Marchese (Pros) e Do Carmo (PSL). Fogueteiro e Bravin foram candidatos, assim como o irmão do prefeito, Ricardo Maia (Pode).  

    Veja o vídeo com críticas dos vereadores de Maringá

    • Primeira atualização feita às 13h43 desta terça-feira (16/10) com a inclusão de Do Carmo (PSL) entre os vereadores eleitos para a Assembleia Legislativa.

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