O presidente da Câmara de Maringá, Mário Hossokawa (PP), teve que contornar indisposições de vereadores que não demonstraram interesse em participar da CPI que investiga a TCCC – Comissão Parlamentar de Inquérito do Transporte Coletivo. O problema começou com a renúncia de Carlos Mariucci (PT) e a licença de Chico Caiana (PTB).
O Regimento Interno da Câmara, explicou Hossokawa durante a sessão desta terça-feira (9/10), estabelece que a reposição de membros da CPI deve seguir o critério partidário. Como Mariucci renunciou para coordenar a campanha do candidato a presidente Fernando Haddad (PT) na região, seu substituto direto seria Mário Verri (PT).
Ocorre que Verri se licenciou por 120 dias para fazer a própria campanha eleitoral a deputado estadual. Foi substituído pela Professora Vilma (PT). Mas a suplente não poderia participar da CPI já que a licença do titular expira no próximo dia 20 e os trabalhos da comissão devem prosseguir pelo menos até o dia 7 de novembro.
Seguir o Regimento também se esbarrou no caso de Caiana, que se licenciou por 120 dias para fazer campanha. Foi substituído pelo suplente Luiz Pereira (PTB), mas pode retornar à Casa a qualquer momento. Além disso, o prazo inicial para a conclusão dos trabalhos da CPI tende a ser prorrogado por 45 dias. Pereira também ficou inviabilizado.
A solução encontrada por Hossokawa, após a suspensão da sessão por alguns minutos e conversar com os vereadores distante dos microfones, foi recompor a CPI por sorteio, como ocorre no momento de instalação das comissões parlamentares de investigação. Os dois sorteados na primeira rodada foram Odair Fogueteiro (PHS) e Belino Bravin (PP).
Os dois passariam a compor a CPI com o presidente Alex Chaves (PHS), o relator Sidney Telles (PSD) e o membro Jean Marques (PV). Mas Fogueteiro e Bravin não aceitaram a missão de investigar a TCCC – Transporte Coletivo Cidade Canção. Esses sorteios foram feitos com a sessão suspensa, em roda de conversa privativa aos vereadores.
Diante da negativa dos dois edis, Hossokawa retomou a sessão suspensa e reiniciou os sorteiros em plenário, de forma pública. O sorteado foi Flávio Mantovani (Rede), mas o vereador não estava presente e, portanto, não poderia ser incluído na comissão sem o seu consentimento. Nessa altura, foi possível ouvir discretos risos.
O próximo nome a sair da cumbuca de vidro que estava sobre a mesa de Hossokawa foi o do vereador Altamir da Lotérica (PSD). Houve um breve momento de silêncio e expectativa, quando vazou um áudio, em baixo volume, com Altamir dizendo: “Só não vou renunciar para não ficar feio para a Casa”.
Em seguida, saiu o nome de Onivaldo Barris (PHS) e, assim, a CPI do Transporte Coletivo foi recomposta. A próxima reunião será realizada na tarde de segunda-feira (15/10), quando a comissão, agora com presidente, relator e três membros, deverá traçar os próximos passos do processo de investigação.
Procurado, Hossokawa disse que “a situação foi contornada” e disse que “trabalhar em uma CPI é difícil mesmo, porque a Câmara não dispõe de um corpo técnico especializado para ajudar nas análises dos documentos contábeis, por exemplo. Depois, a Câmara envia tudo para o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Paraná, mas parece que fica nisso”.
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