Seis casos que surpreenderam nas urnas de Maringá: para presidente, governador, senador e deputados federal e estadual

  • Como diziam antigamente, “de urna, caneta de juiz e fralda de bebê só se sabe o que sai quando se vê”. Das máquinas eletrônicas de Maringá saíram algumas coisas surpreendentes, umas mais, outras menos, sobre as quais os comentaristas políticos se debruçam buscando explicações. Pois, então, segue meia dúzia delas.

    1 – Requião e Beto

    Os dois candidatos que durante a campanha lideravam as pesquisas eleitorais na corrida ao Senado, senador Roberto Requião (MDB) e ex-governador Beto Richa (PSDB), não foram eleitos. Foi a primeira vez, desde 1982, quando se restabeleceu eleições diretas para governador, que um titular do Palácio Iguaçu se candidata ao Senado e não é eleito.

    Se elegeram José Richa, Alvaro Dias e Roberto Requião duas vezes. Jaime Lerner não tentou o Senado. A prisão de Beto Richa durante a campanha desidratou sua candidatura. E Requião, que o Ibope chegou a lhe conferir mais e 40% das intenções de voto, era tido como reeleito. Tanto que alguns candidatos se conformaram em pedir o segundo voto.

    Em Maringá, Requião fez 47.747 votos, sendo o quarto mais votado. Já Beto Richa conseguiu apenas 8.085 votos, ficando atrás de Zé Boni (PRTB), que recebeu 10.393 votos. Oriovisto Guimarães (Pode), com 111.976, e Flávio Arns (Rede), com 82.776, eleitos, também foram os mais votados na cidade.

    2 – Irmão do prefeito

    O irmão do prefeito de Maringá Ulisses Maia não se elegeu para a Assembleia Legislativa. Ricardo Maia, do Podemos, fez 16.394 votos, bem menos do que conseguiram os quatro deputados estaduais maringaenses eleitos. Homero Marchese (Pros), principal opositor do prefeito na Câmara de Vereador, por exemplo, fez 42.154 votos.

    3 – Evandro Júnior

    O deputado estadual por Maringá Evandro Júnior (PSDB), não se reelegeu. Evandro fez 31.200 votos, foi mais votado do que 23 deputados estaduais eleitos. Ocorre que seu partido conseguiu fazer apenas três deputados estaduais: Paulo Litro (61.707 votos), Michele Caputo (51.238) e Traiano (43.601). Teria sido o efeito rebote do caso Beto Richa.

    4 – Edmar Arruda

    O deputado federal Edmar Arruda (PSD) não se reelegeu. Fez 49.577 votos, enquanto Aline Sleutjes (PSL) conseguiu a 30ª vaga do Paraná em Brasília com 33.624 votos. O partido de Arruda elegeu quatro candidatos para a Câmara Federal. Além do mais votado do Estado, Sargento Fahur (314.940 votos), o quarto eleito pelo partido obteve 69.995 votos.

    5 – Alvaro Dias

    As pesquisas já apontavam o tímido desempenho nacional do candidato a presidente da República, senador Alvaro Dias (Pode), mas a quantidade de votos que conseguiu em Maringá e Londrina, cidades às quais tem raízes, surpreendeu negativamente. Em Maringá, fez 12.501 votos e em Londrina 16.494. Nas duas, foi o quarto mais votado.

    6 – Cida Borghetti

    A tendência de Ratinho Júnior (PSD) ser eleito no primeiro turno era indicada nas pesquisas. Era de se supor que a governadora Cida Borghetti (PP) tivesse um número de votos mais expressivo em Maringá. Ratinho fez 94.945 votos e Cida 51.395. Ela teve 27,49% dos votos na cidade e 15,53% no Estado.

    O candidato ao Senado, Alex Canziani (PTB), que é de Londrina e fez parte da coligação da governadora, obteve mais votos do que ela. Foram 53.556, mas também não se elegeu.

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