O candidato da governador do Paraná pelo PT, Dr. Rosinha, cujo nome é Florisvaldo Fier, afirmou que o Poder Judiciário, que esta desacreditado, também participou da trama que levou o ex-presidente Lula à prisão. Respondendo à pergunta do reitor eleito da Universidade Estadual de Maringá, Júlio César Damasceno, disse que seu “compromisso inicial é não aumentar o déficit de funcionários” na UEM.
Afirmou que vai implantar o transporte ferroviário de passageiros entre Maringá e Londrina, o chamado Trem Pé Vermelho. Quanto aos dois cruzamentos com semáforo na BR-376 em Sarandi, o candidato do PT disse que vai promover uma audiência pública para buscar soluções para o problema. Também acredita que é possível transformar o Horto Florestal em um parque estadual.
Leia a entrevista exclusiva com o Dr. Rosinha, organizada pelo Maringá Post, que convidou para fazer as mesmas perguntas aos quatro candidatos melhores colocados nas pesquisas o prefeito de Maringá Ulisses Maia e o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (ACIM) Michel Felippe, além do reitor eleito da UEM.
Maringá Post: Dr. Rosinha, corrupção é um tema que tomou conta do noticiário nacional. O ex-presidente Lula, o grande líder do PT, que foi condenado e preso, está presente em boa parte da campanha do senhor. O partido propaga que toda essa situação faz parte de um grande golpe. Isso quer dizer que o Poder Judiciário brasileiro é golpista?
Dr. Rosinha: O governo do presidente Lula e do PT foi o que mais combateu a corrupção no Brasil. Criou a Lei da Transparência, criou a Lei da Delação Premiada, deu condições e autonomia para a Polícia Federal fazer investigação e nomeou sempre o mais votado para o Ministério Público Federal.
No entanto, Lula passou ser vítima da perseguição e hoje está preso sem nenhuma prova. Quanto ao Poder Judiciário, de acordo com a pesquisa CNT MDA do mês de maio, 8,8% dos brasileiros acreditam no Judiciário. Isso demonstra o descrédito do povo brasileiro diante deste Poder.
Importante destacar que isso foi criado num golpe arquitetado também pelo Poder Judiciário, junto a mídia comercial e a construção desse golpe reflete agora nestes números de descrença sobre o Poder Judiciário.
Maringá Post: Quais as medidas práticas que o seu governo fará para impedir e combater a corrupção e, caso ocorra desvios de conduta, punir os responsáveis?
Dr. Rosinha: Para combater a corrupção, a primeira coisa é ter transparência, tudo será publicizado através da internet e em tempo real. Isso é possível e muito mal aproveitado pela tecnologia da informação, a TI. Também incentivarei a participação popular, pois assim se fortalece a fiscalização. Assim como o Lula criou a Controladoria Geral da União eu vou criar no Paraná.
Michel Felippe: Presidente da Associação Comercial e Empresarial de Maringá: O senhor se compromete a não aumentar impostos para empresários e para a sociedade durante sua gestão, caso eleito? E quais as medidas que sua gestão adotará para reduzir, ou pelo menos não aumentar, os gastos públicos nos próximos quatro anos?
Dr. Rosinha: O Governo Requião fez uma reforma tributária que tirou os impostos de grande parte dos produtos e micro e pequenas empresas. O Richa taxou cerca de 95 mil produtos, aumentou IPVA e outras taxas. Eu vou criar um sistema fiscal inteligente de combate à sonegação, fazer um debate junto com toda a sociedade e apoio do setor público e privado. Portanto a proposta é não aumentar impostos, mas sim manter a arrecadação.
Júlio César Damasceno – reitor eleito da Universidade Estadual de Maringá: Como o senhor pretende atuar no que diz respeito à reposição do quadro de servidores nas universidades paranaenses e qual a sua opinião sobre Autonomia Universitária?
Dr. Rosinha: Atualmente há um déficit de funcionários públicos em geral. O meu compromisso inicial é não aumentar este déficit, fazendo a recomposição automática. Elaborar planejamento para concursos públicos e a partir disso, ao longo dos 4 anos, recompor o quadro de servidores necessários.
Maringá Post – Aproveitando a pergunta do reitor eleito da UEM, a instituição tem cerca de 30 prédios inacabados. O senhor pensa em disponibilizar mais recursos e resolver o problema no curto prazo?
Dr. Rosinha: Todos os prédios inacabados e não só da UEM, mas todos eles, nós faremos um levantamento e vamos trabalhar para recuperar todos, concluir e assim colocá-los à finalidade inicial.
Ulisses Maia – prefeito de Maringá: Em relação a subsídios e isenções fiscais:
1) Será estendido para o transporte coletivo metropolitano de Maringá, nos moldes concedidos pelo Governo ao transporte coletivo da Região Metropolitana de Curitiba?
Dr. Rosinha: O transporte coletivo da Região Metropolitana será tratado igual, o que for concedido para uma região, será dada da mesma forma para outra. Nenhum terá privilégios como vem sendo feito no último governo.
2) A Companhia Aérea Latam requisitou redução da alíquota do ICMS do combustível para voltar a operar em Maringá. É possível atender essa demanda?
Dr. Rosinha: Sabemos da importância dos aeroportos regionais para o desenvolvimento da região não só pela questão de mercadorias, mas de passageiros. É preciso fazer o debate junto com a região. Maringá é um exemplo disso, inclusive na transferência do local decidindo junto com o Município.
O que couber ao Governo do Estado sobre ICMS de querosene de avião será realizada uma política de desoneração ao longo dos 4 anos de gestão, com avaliação da qualidade de transporte, exigindo a contrapartida das empresas. E essa desoneração será avaliada ano a ano no momento da aprovação do orçamento. Caso não sejam cumpridos os compromissos das empresas, será revisto. Deve ser de mão dupla: a concessão e a contrapartida.
3) O Porto Seco de Maringá está fechando. Um dos problemas é que o Porto de Itajaí (SC) oferece taxas mais acessíveis e o torna mais atraente para desembaraço aduaneiro. Seria possível melhorar as condições de competitividade da estação aduaneira de Maringá por meio de subsídios e isenções tributárias?
Dr. Rosinha: A questão de Porto Seco não discute só as taxas dos portos. Discute também infraestrutura e logística e o governo responsável precisa fazer planejamento a longo prazo. E isso eu farei ouvindo todos os setores envolvidos, seja o setor público, seja o setor privado.
Ulisses Maia: Qual o compromisso do governador eleito com o Contorno Sul, trecho viário que passa pelo perímetro urbano com intenso tráfego de carros e caminhões que se utilizam da Avenida Sincler Sambatti vindos de diversos pontos do Estado? A avenida acabou se tornando uma extensão de rodovias com pedágio e a prefeitura está elaborando o projeto de um novo Contorno Sul na avenida, que terá um custo aproximado de R$ 200 milhões.
Dr. Rosinha: Conheço a importância do Contorno Sul para a região. Meu compromisso é fazer o atendimento de toda a infraestrutura com planejamento estratégico. Sei que o valor da obra está estimado em R$ 200 milhões. Temos que entender que o Estado do Paraná tem hoje capacidade de investimento de 2 bilhões e é possível inserir essa prioridade no nosso planejamento.
Ulisses Maia – As construções dos viadutos na BR-376, no distrito de Iguatemi, e na PR-317, no Shopping Catuaí, assim como a duplicação do trecho Maringá-Iguaraçu, serão iniciadas e concluídas em seu governo?
Dr. Rosinha: Tanto a pergunta anterior, essa e a seguinte necessitam de investimento pesado de infraestrutura, temos que fazer planejamento a longo prazo. Se a primeira parte é possível comorar nos primeiros anos, o restante depende de planejamento ao longo prazo.
Maringá Post: Pegando a deixa do prefeito, há um impasse a ser definido na questão rodoviária da região de Maringá sobre os dois cruzamentos com semáforos na BR-376, em Sarandi. O candidato tem uma solução para a questão e poderia dizer em quanto tempo consegue executar a proposta?
Dr. Rosinha: Esta é uma questão bastante complexa, estamos sabendo dos erros envolvendo a construção deste desvio. Trata-se de uma área comercial com tráfego intenso. Vamos fazer audiência pública com os prefeitos de Sarandi e Maringá, ouvindo a população e juntos pensaremos na melhor solução.
Maringá Post: Ainda com relação à mobilidade na região, o senhor acredita na viabilidade do projeto do Trem de Passageiros entre Maringá e Londrina? Fala-se no Trem Pé Vermelho há quase trinta anos, mas pouco, muito pouco avançou até agora. Como pretende trabalhar a questão para, finalmente, o projeto sair do plano das ideias?
Dr. Rosinha: Eu nasci e cresci em Rolândia e por um curto período de tempo minha família teve um sítio em Maringá, na região do Borba Gato, próximo à Pedreira dos Borges. Todas as vezes que íamos de Rolândia a Maringá usávamos trem. Sou favorável a volta deste trem e sabemos que é possível fazer mais barato este transporte. Está incluído em nosso plano de governo a retomada do trem de passageiros.
Maringá Post: A região de Maringá não conta com nenhum parque ecológico estadual. O Maringá Post defende que o Horto Florestal de Maringá seja transformado em um Parque Estadual, onde poderá ser instalada a sede regional de órgãos como a secretaria de Meio ambiente, o IAP e o Instituto das Águas.
Depois de 15 anos fechado, acreditamos que a área precisa ser reaberta à população, mas com a estrutura adequada para realização de visitas monitoradas, dentro de projetos de parceria com instituições de ensino superior. O candidato assume o compromisso de criar um parque ecológico estadual em Maringá?
Dr. Rosinha: Quando o José Claudio foi prefeito de Maringá ele teve capacidade de diálogo com a Cia Norte do Paraná para retirar o aeroporto de uma área que pertencia a Companhia e transferir para outro local. A construção deste Parque Ecológico Estadual tem toda possibilidade de ser concretizada. Sabemos que essa Companhia Norte do Paraná tem várias áreas e num diálogo entre Município e Governo para fazer que o Horto seja transformado num Parque Estadual.
Maringá Post: Na segurança pública, em meio a problemas comuns a outros municípios como a falta de efetivo e de estrutura, Maringá tem duas delegacias, a de Trânsito e a de Estelionato, que funcionam precariamente.
Dr. Rosinha: Essa questão não dá para tratar apenas sobre um município. Temos que tratar de forma global. O primeiro compromisso é fazer com que não se diminua ainda mais o quadro de funcionários de polícias Civil e Militar. Fazer concurso público para ter um banco de recurso humanos para recompor o quadro de servidores. Mas, antes quero lembrar que sou favorável à unificação das polícias. Para isso vou trabalhar junto ao Congresso Federal onde deve ser aprovada a legislação.
Importante dizer que farei a integração, através da internet, uma vez que todo município tem fibra ótica. Fazer a integração para uma Polícia Inteligente, para que os dados das polícias se comuniquem. Junto com os municípios de todas as regiões vamos debater o papel que cabe para a guarda municipal.
Maringá Post: Nos últimos anos, o governo do Paraná atendeu a um pleito do segmento agropecuário e reeditou o programa estadual de conservação de solos e águas (Prosolo), um tema em relação ao qual já foi uma referência nacional e até mesmo internacional. Considerando que tal assunto é fundamental para a sustentabilidade do setor, como ele será tratado no seu governo?
Dr. Rosinha: Hoje em nosso Estado podemos dizer que há uma deterioração ambiental. Há regiões em nosso estado, como o Norte Pioneiro, por exemplo, que os rios estão morrendo. Não se trabalha como preservação de fontes sem a reconstituição das mesmas. Precisamos ter urgente políticas públicas de recomposição de solos, conservação de solos com um Programa Estadual.
Vamos, num primeiro momento, trabalhar num processo educativo de todos os setores sejam empresariais, sejam públicos. Para que pensemos coletivamente em como proteger nossas florestas, rios, etc. Para num segundo momento fazer aplicação da Lei e aí sim com a aplicação de alguma punição. Vamos trabalhar por bacias, como manda a lei e criar Conselhos Efetivos para agir. Nossa política ambiental vai além das políticas de conservação, mas também na área de saúde tanto animal como humana.
- Leia também o que responderam os candidatos a governador Ratinho Júnior (PSD), Cida Borghetti (PP) e João Arruda (MDB).
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