O número de eleitores maringaenses aptos a votar em 2018 subiu 11% em comparação às eleições presidenciais de 2014. Neste ano, 276.073 pessoas podem comparecer às urnas e 99% delas, cerca de 275 mil, vão votar com o uso da biometria.
O perfil do eleitorado maringaense continua o mesmo. A maioria é do sexo feminino, casada e tem ensino médio completo. As informações são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Comparado com a média nacional, Maringá se destaca por ter eleitores com maior nível de escolaridade. O número de pessoas que tem ensino médio ou superior completo supera todos os outros graus de instrução juntos.
No total, 138.703 eleitores concluíram o ensino médio ou o curso superior enquanto o número de analfabetos, de quem lê e escreve, que concluiu o ensino fundamental ou não concluiu o ensino médio e superior é de 137.368.
Segundo dados do TSE, 79,9 mil eleitores (28%) tem ensino médio completo e 58,7 mil (21%) ensino superior completo. Na cidade, os analfabetos são pouco mais de 3 mil e representam apenas 1,2% do eleitorado.
Maringá é exceção na comparação com o cenário nacional. Em todo o Brasil, a maioria dos eleitores, cerca de 25%, tem ensino fundamental incompleto e 22% ensino médio completo. Entre o eleitorado brasileiro, apenas 9% tem ensino superior completo e mais de 6 milhões são analfabetos.
Para o professor do departamento de História da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Reginaldo Dias, o nível de escolaridade maior em Maringá é normal, se analisado junto com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e outros índices que colocam a cidade em altos patamares de desenvolvimento. “Seria surpreendente se fosse o contrário”, disse.
Entretanto, o professor afirmou que o nível de escolaridade não representa um impacto significativo no momento da escolha do candidato. “São pessoas que têm acesso às mídias sociais e a dispositivos eletrônicos onde circulam informações e elas tendem a ter mais informações para tomarem a decisão. Além disso, a divisão ideológica não se separa exclusivamente por extrato social, há pessoas dos mesmos extratos que votam diferente.”
Apesar de serem minoria na política, as mulheres representam uma parcela significativa do eleitorado maringaenses. Elas são 54,3% dos eleitores. Reginaldo Dias disse não acreditar que nesta eleição aconteça um crescimento no número de mulheres eleitas, mesmo com as mudanças recentes na legislação eleitoral.
“Se houver, vai ser um crescimento gradual. Os dados das últimas décadas são estáveis, houve avanços na legislação com as cotas femininas mas você tem a mesma margem de mulheres parlamentares. Seria surpreendente se houvesse uma mudança nessa conjuntura”, afirmou.
Quase a metade dos eleitores (49,5%) são casados e 38,9% solteiros. Em todo o Brasil a situação é inversa. Quase 60% dos eleitores são solteiros e apenas 33% casados.
Neste ano, o TSE também autorizou a inclusão do nome social no título de eleitor. Em Maringá, nove eleitores estão aptos a votar com nome social. Desse total, cinco tem entre 30 e 34 anos.
Entre os eleitores, 11.502 tem alguma deficiência. A maioria, 7.263 possuem deficiência de locomoção, seguida por outras deficiências (3.931) e deficiência visual (713). Outras 87 pessoas alegaram ter dificuldade para o exercício do voto.
Mais de 26 mil não são obrigados a votar
O voto é obrigatório para pessoas alfabetizadas maiores de 18 anos e menores de 70 anos. Para jovens a partir de 16 anos e idosos acima de 70 anos, o voto não é obrigatório. Em Maringá, 26.241 pessoas, o que representa 9% do eleitorado, não são obrigadas a comparecer às urnas.
Segundo o professor da UEM, mesmo com o recadastramento eleitoral, existe a expectativa que o número de abstenções aumente nesta eleição por causa do desgaste político. “Na minha hipótese, se houver aumento não vai ser uma coisa avassaladora. Porque na ‘hora H’ os eleitores terão que tomar uma decisão.”
Para Dias, o principal desafio dos candidatos neste ano vai ser reativar a esperança dos eleitores por meio da política. “Na primeira eleição que votei em 1982, no final do regime militar, o Brasil vivia uma crise econômica e política, mas a população acreditava que as coisas iriam melhorar. Hoje, a gente tem uma crise econômica e política e a expectativa é menor.”
O primeiro turno das eleições será no dia 7 de outubro e o segundo turno no dia 28. Neste ano, os eleitores votam para deputado estadual, deputado federal, dois senadores, governador e presidente. Para o professor, “não há mágica. A mudança se faz pela política e as eleições representam uma ferramenta de participação.”
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