Em tempos de Copa do Mundo, que no país do futebol o cotidiano adquiri um ritmo diferente em dias de jogo da seleção e, como coincide com eleições para presidente, governador, senador e deputados estaduais e federais, nas rodas de amigos costuma se travar debates relacionando os dois temas.
Não é de hoje que, por aqui, teses sobre política e futebol entram em campo e nas urnas ao mesmo tempo. Mas este ano, devido à regulamentação de campanhas pré-eleitorais, que passaram a ser permitidas antes mesmo da homologação das candidaturas, os pré-candidatos já estão correndo o trecho e o debate ganha novos argumentos.
O Maringá Post, então, encaminhou as mesmas quatro perguntas para os três principais pré-candidatos ao governo do Paraná, conforme apontam as pesquisas de opinião pública divulgadas até esta sexta-feira (29/6) – três dias antes do primeiro jogo da fase mata-mata da Copa da Rússia.
As respostas de Cida Borghetti, Osmar Dias e Ratinho Junior seguem na íntegra, por ordem alfabética. Na última pergunta, como não poderia deixar de ser, foi solicitado aos três que arriscassem um palpite sobre o resultado de Brasil e México, a partir das 11h de segunda-feira (2/7). Confira o que disseram.
Governadora Cida Borghetti (PP)
MP – Compensa fazer pré-campanha eleitoral durante a realização da Copa enquanto o Brasil permanecer na disputa pelo título? Quais as ações que ficam prejudicadas e quais as que podem ser desenvolvidas normalmente?
Cida – A paixão do brasileiro por futebol é incomparável e isso nem se discute. Porém mantenho a normalidade das minhas agendas em Curitiba e no interior nesses dias de Copa, sem prejuízo. As únicas alterações ocorrem em dias de jogos do Brasil.
Quando a nossa seleção entra em campo, dou um tempo nos compromissos externos e fico no Palácio Iguaçu. Aproveito esse tempo para analisar processos e fazer os despachos administrativos com a minha equipe; e claro vendo o jogo também.
MP – Os jogos da Copa tiram o interesse dos eleitores em relação às eleições? Bastante, pouco, muito ou não interfere?
Cida – Não acredito que tire o interesse. As eleições estaduais majoritárias ocorrem a cada quatro anos e sempre são disputados em anos de Copa do Mundo. A população já está acostumada. O que vem ocorrendo historicamente é que grande parte da população só desperta para o período eleitoral semanas antes da votação.
MP – Qual o impacto que uma eventual conquista do título pelo Brasil causaria nos eleitores? Seria suficiente para um eleitor mudar de opinião? Favoreceria mais os candidatos de situação, oposição ou não muda nada?
Cida – Também não vejo mais relação nisso. Exemplo recente, o Brasil sofreu a maior goleada de sua história em Copa do Mundo, perdeu em casa e então presidente Dilma Rousseff foi reeleita.
Não acredito em favorecimento por causa do desempenho da seleção. Acredito sim na apresentação dos melhores compromissos para o desenvolvimento do Estado e do país.
MP – Qual o seu palpite para a partida de segunda-feira, Brasil X México?
Cida – Venceremos, sou otimista e acho que venceremos de 2×0. Uma arrancada rumo ao hexa. Estarei na torcida aqui em Curitiba.
Ex-senador Osmar Dias (PDT)
MP – Compensa fazer pré-campanha eleitoral durante a realização da Copa enquanto o Brasil permanecer na disputa pelo título? Quais as ações que ficam prejudicadas e quais as que podem ser desenvolvidas normalmente?
Osmar – Estamos correndo o Estado ouvindo demandas e debatendo propostas para o Paraná. Estamos conciliando os encontros e reuniões com as partidas da Copa. Não estamos marcando nada para o período que compreende os jogos do Brasil. Mas estamos intensificando nossa agenda normalmente.
MP – Os jogos da Copa tiram o interesse dos eleitores em relação às eleições? Bastante, pouco, muito ou não interfere?
Osmar – Com a crise que estamos passando no país e no Estado, com a economia patinando, taxas altas de desemprego, educação desassistida e aumento da violência, acho impossível que os eleitores consigam focar apenas nos jogos da Copa.
Os jogos do Brasil são os momentos em que a população consegue relaxar um pouco, mas as dificuldades do dia a dia logo voltam.
MP – Qual o impacto que uma eventual conquista do título pelo Brasil causaria nos eleitores? Seria suficiente para um eleitor mudar de opinião? Favoreceria mais os candidatos de situação, oposição ou não muda nada?
Osmar – Tenho acompanhado os jogos do Brasil. Acredito que vamos conquistar o hexa. O título ajudaria muito na autoestima dos brasileiros, que anda muito baixa graças aos escândalos de corrupção que tomaram conta dos noticiários nos últimos anos.
Mas o brasileiro está ciente de que o país precisa mudar. A conquista da Copa será uma alegria, mas não será “pão e circo” para o povo. Ninguém aguenta mais. É preciso mudar.
MP – Qual o seu palpite para a partida de segunda-feira, Brasil X México?
Osmar – Vai ser uma partida difícil. O México tradicionalmente é um adversário que complica, mas acredito que o Brasil vence e vence bem: 3 a 0.
Deputado estadual Ratinho Junior (PSD)
MP – Compensa fazer pré-campanha eleitoral durante a realização da Copa enquanto o Brasil permanecer na disputa pelo título? Quais as ações que ficam prejudicadas e quais as que podem ser desenvolvidas normalmente?
Ratinho – A paralisação durante o horário dos jogos da seleção brasileira na Copa é inevitável. Mas tirando isso, não muda muito. Continuamos percorrendo o Paraná e apresentando o nosso projeto de inovação.
Na segunda-feira (2/7), estaremos aí em Maringá, na Acim. Vamos ouvir os empresários e a comunidade local e discutir um projeto de desenvolvimento que possa ser desenvolvido com o apoio de todos e que atenda aos interesses de toda a coletividade de Maringá e região.
MP – Os jogos da Copa tiram o interesse dos eleitores em relação às eleições? Bastante, pouco, muito ou não interfere?
Ratinho – O que eu percebo é que as pessoas estão preocupadas com o futuro. Querem discutir soluções para que o nosso Estado avance, gere mais empregos e oportunidades para todos. Mesmo com a Copa do Mundo, as pessoas continuam ligadas em temas sérios e importantes.
Um exemplo, nesta quinta-feira (28/06) tivemos uma reunião na Associação Comercial e Industrial de Ponta Grossa e o público era de cerca de 400 pessoas.
MP – Qual o impacto que uma eventual conquista do título pelo Brasil causaria nos eleitores? Seria suficiente para um eleitor mudar de opinião? Favoreceria mais os candidatos de situação, oposição ou não muda nada?
Ratinho – Não acredito que o resultado da Copa do Mundo altere a opinião do eleitor. Estamos percorrendo o Paraná desde março do ano passado, promovendo os encontros do Espaço Democrático para discutir projetos que nos ajudarão a formar o plano de governo que queremos.
A cada encontro fica clara a disposição dos paranaenses em participar dessa discussão. De ser incluído em um processo que pensa o futuro de todos nós. O paranaense é politizado. Tem consciência dos problemas e sabe onde quer chegar.
Está claro que há um clima favorável à inovação, à nova forma de fazer política. Cada vez mais o paranaense se distancia do clientelismo e cobra mudanças. Quer respeito. Quer que entreguem o que está sendo prometido.
Por isso, tenho certeza que as duas coisas acontecem em paralelo: o cidadão torce pela seleção, mas também torce e participa por uma política séria, por um projeto de governo que respeite as demandas regionais e resulte em uma melhora de qualidade de vida para toda a população.
MP – Qual o seu palpite para a partida de segunda-feira, Brasil X México?
Ratinho – Estarei torcendo por uma vitória. Acho que temos talentos individuais para isso e o espírito de equipe da seleção parece estar se consolidando a cada jogo. Estarei com minha família reunida nessa corrente com todos os brasileiros.
Comentários estão fechados.