“Era uma professora brilhante, de caráter irrefutável, extremamente comprometida com as crianças e com a filosofia da escola. Uma pessoa séria em termos de compromissos profissionais e ao mesmo tempo, muito carinhosa com os alunos”, afirma a diretora do Colégio Santa Cruz, Anna Thereza Valias, sobre Maria Aparecida Carnelossi Pacífico, a Kaká, vítima de um latrocínio na manhã de sábado (23/6).
Kaká trabalhou como professora de matemática no ensino fundamental para as 5ª e 6ª séries por cerca de 30 anos no Colégio Santa Cruz. De família de pioneiros, Maria Aparecida também estudou na instituição, que é a primeira escola particular de Maringá, fundada há 65 anos pelas irmãs Carmelitas da Caridade de Vedruna.
As filhas de Kaká também foram alunas do colégio e tiveram uma trajetória brilhante em seus períodos na escola. Anna Thereza afirma que “a comunidade está sem chão. Kaká era muito querida, vivia profundamente a instituição e sempre foi muito participativa”.
Kaká era religiosa e participava ativamente da Pastoral Familiar da Paróquia Santa Joaquina de Vedruna da Arquidiocese de Maringá.
A pastoral familiar é um serviço realizado pela Igreja Católica para famílias que precisam resgatar os valores e a dignidade de cada pessoa. O grupo auxilia na restauração de famílias que se encontram desestruturadas e com dificuldades de relacionar-se uns com os outros.
“Ela era muito atuante na igreja. Sempre muito prestativa, positiva e participipativa nas ações. Um exemplo de caridade, bondade e generosidade”, diz a secretária da Paróquia, Neuza Nascimento da Silva dos Santos, que era amiga pessoal e mãe do genro de Kaká.
Maria Aparecida também era atuante na política. Militava no grupo Patriotas do Brasil e participava constantemente de mobilizações e manifestações de questões nacionais. “Era bem presente na Câmara de Maringá, sempre preocupada com as questões que envolviam a cidade”, conta a amiga e advogada Cassia Franzoi.
“Estamos arrasados com essa notícia. A forma como aconteceu foi muito violenta. Ela era muito doce e disposta. Ela nunca virava as costas para ninguém que estivesse precisando de ajuda. Contribuía diariamente com a sociedade”, diz Cássia, também militante do grupo, que pretende fazer uma caminhada pela paz e pedir justiça.
Um dos suspeitos do latrocínio foi preso
A Delegacia de Furtos e Roubos de Maringá conseguiu prender na tarde desta segunda-feira (25/6) um suspeito de participação no crime. Em depoimento, segundo o delegado adjunto da 9ª Subdivisão Policial de Maringá, Luiz Henrique Vicentini, o homem confessou que esteve na residência da vítima no dia do crime.
“Ele disse que entrou na casa com o intuito de furtar e afirmou que ficou no primeiro andar da casa, mas não soube dizer o motivo das pauladas que mataram a vítima”, contou o delegado. Durante o depoimento, ele informou aos policiais quem seria o outro suspeito que, no começo da noite desta segunda-feira (25/6), prestava depoimento.
O delegado contou, por volta das 20 horas, que pediu a prisão temporária dos dois envolvidos e aguardava a manifestação do juiz de plantão para poder manter os suspeitos presos. Eles seriam moradores de rua e usuários de drogas.
O primeiro suspeito preso admitiu que esteve na residência em outra oportunidade, quando recebeu alimentos da vítima. Para entrar na casa, os dois quebraram a cerca elétrica e arrombaram a porta da residência.
Kaká foi morta a pauladas dentro do próprio quarto. A arma do crime foi deixada no local. Impressões digitais foram colhidas na residência e deve ajudar na confirmação da autoria do crime.
“Temos todo um material de provas colhidos, mas as análises ainda não estão prontas. Até o final do inquérito, esperamos poder confirmar a participação deles”, disse. O primeiro suspeito foi identificado a partir de imagens de câmeras de segurança de locais próximos à casa de Kaká. “As imagens indicaram possíveis suspeitos que transitaram no local”.
- A reportagem foi atualizada às 20h05 deste segunda-feira (25/6) com as informações confirmadas pelo delegado Luiz Henrique Vicentini sobre a prisão dos dois suspeitos e o fato de um deles ter confirmado a participação no crime.
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