Nesta segunda-feira (28/5), oitavo dia de paralisação dos caminhoneiros, mesmo com as medidas anunciadas pelo presidente Michel Temer na noite de domingo (27/5), pouca coisa mudou em Maringá.
A Unicesumar chegou a anunciar o retorno às aulas a partir desta segunda, que haviam sido suspensas na sexta-feira. Mas um novo comunicado foi emitido à tarde, para manter a suspensão das atividades. O movimento de veículos e pedestres na cidade é, visivelmente, bem menor do que o de costume.
Às incertezas quanto aos desdobramentos da greve persistem e balizam as decisões de vários setores públicos e privados. A Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep), a Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim) e o Núcleo Regional de Educação (NRE) ainda buscam informações para definir novas ações.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Autônomos de Maringá (Sindicam), Osvaldo Reginato, firmou que o anúncio de Temer “não mudou nada”. E justificou: “A negociação não foi feita por representantes dos autônomos””.
Segundo Reginato, houve intensificação do movimento com a adesão de outras categorias, como agricultores, veículos de transporte escolar, guinchos e motoristas de Uber. “É uma bola de neve. Fugiu do controle da categoria, é um movimento geral. É um movimento de ninguém, mas de todos”, declarou.
Acim vai definir situação com a diretoria
O comércio e as indústrias também estão em alerta devido aos problemas de abastecimento. A diretoria da Acim vai se reunir nesta segunda-feira (28/5) e o principal assunto envolve as consequências da paralisação.
A assessoria de imprensa da GTFoods informou que 85% das operações de todas as plantas de abate do grupo paralisaram a partir de hoje. Até então, a suspensão das atividade atingia apenas Maringá. Apenas os setores administrativo e de manutenção, além das portarias, estão funcionando.
O abate de animais em Maringá está suspenso desde a última quinta-feira (24/5) e a ração dos animais está sendo reduzida. Ainda assim, a normalização e recuperação dos processos podem levar até 3 meses, devido às mortes de pintainhos por problemas com a alimentação. Também há risco de canibalismo com a privação de comida.
“O abate nunca parou em anos. O governo deveria fazer ainda mais para resolver a situação e nós esperamos que os caminhoneiros tenham bom senso e sejam solidários para impedir que os animais morram de fome”, disse a assessoria do grupo.
Unicesumar e rede estadual têm aulas
A reitoria da Unicesumar emitiu nota no final desta manhã informando que “devido ao retorno do transporte municipal e intermunicipal de Maringá, Curitiba e região, bem como a retomada do fornecimento de combustíveis para essas regiões”, informou que a partir das 12h desta segunda-feira (28/5), todas as práticas acadêmicas da instituição, em Maringá e Curitiba, voltam ao funcionamento normal.
À tarde, um novo comunicado cancelou as atividades por tempo indeterminado.
Já a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e a Feitep não informaram nenhuma alteração no que fora anteriormente anunciado, ou seja, mantém as aulas suspensas. Essa era a informação até a tarde desta segunda.
A assessoria do NRE de Maringá confirmou que está sendo feito um levantamento das condições das escolas e colégios estaduais que compõem o núcleo. Ainda na tarde desta segunda-feira será divulgado um comunicado sobre as decisões que serão tomadas caso a paralisação dos caminhoneiros seja mantida.
As escolas muncipais e CMEIs de Maringá tiveram as atividades suspensas, inicialmente, entre segunda e quarta-feira. A rede estadual está mantida e com transporte escolar funcionando normalmente.
Feiras livres mantidas e Ceasa sem compradores
Por mais um dia a Ceasa de Maringá amanheceu quase sem compradores e poucos produtores chegaram ao local, com veículos pequenos. O gerente da Central, Paulo Cesar Venturin, contou que “a situação não dá sinais de melhora”.
“Está igual sexta, não entram compradores e são poucos os que trazem alguma coisa, mas logo foram embora. Estamos perdendo alguns produtos. Vamos continuar abrindo, mas não temos sinal de alguma mudança até agora”, disse Venturin.
Normalmente são cerca de 300 caminhões que circulam pelo Ceasa em dias normais, com a venda de mais de 60 produtores e muitos compradores que distribuem as verduras, frutas e legumes em Maringá.
Em relação às feiras livres de Maringá, a informação da Associação dos Feirantes das Feiras Livres de Maringá é de que continuam funcionando, mas com alguns produtores já estão faltando e outros tiveram aumento de preços.
- Reportagem atualizada às 17h25, com a informação de que a Unicesumar decidiu novamente suspender às aulas.
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