Empresários, profissionais liberais, gente mais madura, algumas acompanhadas dos filhos. Este foi o público de cerca de duas mil pessoas que aderiu ao protesto pela prisão de Lula em Maringá. O ato foi realizado na frente da Justiça Federal, em referência explícita ao juiz federal Sérgio Moro, que nasceu e iniciou a carreira na cidade.
A manifestação foi convocada por lideranças locais de grupos como o Vem pra Rua, Movimento Brasil Livre e Patriotas do Brasil. A Avenida XV de Novembro foi interditada pela Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) e cerca de 50 metros da via foi ocupado pelos manifestantes.
Na Avenida Duque de Caxias, os motoristas que decidiram passar ao lado do protesto enfrentaram trânsito lento. Num cartaz, o pedido para tocarem a buzina àqueles que desejam ver o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) numa prisão.
Muitos aderiram. Aliás, a tônica principal dos discursos e faixas da manifestação foi o pedido para que Lula seja preso.
Nesta quarta-feira (4/4), o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma a analise do pedido de habeas corpus da defesa do ex-presidente, que tenta evitar a prisão após a condenação em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
A decisão dos ministros trata exclusivamente da situação de Lula, mas uma decisão favorável ao ex-presidente abre precedentes para uma enxurrada de recursos de outros condenados pela Lava-Jato, já presos após a condenação em segunda instância.
Mais do que isto, poderá abrir caminho para o desejo de parte dos ministros do STF, de rever a jurisprudência aprovada pelo STF em 2016 para determinar a prisão após a condenação em segunda instância.
Desde 2009, valia apenas a prisão após o trânsito em julgado, situação que favoreceu muitos que tiveram condições de pagar por bons advogados para a repetida apresentação de recursos à terceira instância.
Malhação do Pixuleco no protesto pela prisão de Lula
No protesto realizado em Maringá na noite desta terça-feira (3/4), os manifestantes cantaram juntos o Hino Nacional.
https://www.youtube.com/watch?v=g1-P9pOv-sM
Também, em referência à malhação de Judas, o discípulo traidor de Jesus, ‘tradição’ seguida em algumas cidades brasileiras, normalmente realizada no sábado de Aleluia, teve malhação do Pixuleco.
https://www.youtube.com/watch?v=QhJL3JUKb3U
Apesar dos discursos no carro de som negarem uma incitação à violência, o ato em si da malhação mostrou a rapidez com que se destrói um boneco aos chutes.
Em um dos discursos, com menos dose de radicalismo, um conselho importante sobre a possibilidade do STF aceitar o habeas corpus de Lula e caminhar para o fim da prisão em segunda instância no País.
O discurso foi muito próximo das palavras que se seguem abaixo.
“Se o STF aceitar o habeas corpus de Lula e acabar com prisão em segunda instância, devemos escolher bem um candidato a presidente que altere novamente a legislação, para garantir que os condenados em segunda instância sejam presos. Esta é a mensagem do juiz federal Sérgio Moro, que não podemos esquecer nas eleições de 2018”
Moro sugeriu em entrevista que os eleitores escolham bem os candidatos a deputado federal e senadores. E optem por quem esteja comprometido a aprovação de uma emenda constitucional estabelecendo a prisão a partir da condenação em segunda instância.
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