Câmara de Maringá vota nesta quinta-feira pedido de abertura de Comissão Processante para investigar Carlos Mariucci (PT). Denúncia foi protocolada por corretor de imóveis

  • O pedido de abertura de uma nova Comissão Processante (CP) será votado logo no início da sessão da Câmara de Vereadores de Maringá desta quinta-feira (22/2). A denúncia protocolada nesta quarta-feira (21/2) por um corretor de imóveis aponta falta de decoro parlamentar por parte do vereador Carlos Mariucci (PT), relator da CP que investiga  Homero Marchese (PV).

    O corretor de imóveis Felício José Duarte Alves Cyrino, em 32 páginas, mais anexos com fotos e documentos, alega que Mariucci, como presidente da Associação de Reflexão e Ação Social (Aras), trouxe à cidade a Cooperativa Habitacional Central do Brasil (Coohabras) e conseguiu a adesão a um projeto de construção de moradias populares a preço de custo. A iniciativa atraiu centenas de famílias de baixa renda, mediante pagamentos, e “nada foi feito”.

    Afirma que os associados que desistiram de pagar tentaram recuperar o dinheiro de volta e não conseguiram. O lançamento do projeto para construção das moradias foi em 2015 e, para aderir, era preciso pagar uma taxa única de R$ 600 e mensalidades de R$ 25 a título de administração. As unidades habitacionais seriam construídas e entregues em 2018 e 2019. O caso também está sendo investigado pelo promotor Leonardo Vilhena, de Proteção ao Patrimônio Público.

    O presidente da Câmara, Mário Hossokawa (PP), informou na tarde desta quarta-feira que o pedido de abertura da CP será votado após a leitura do texto bíblico, aprovação da ata da sessão anterior e leitura da ordem do dia. Depois serão lidas as 32 páginas da denúncia,  abertos os debates e, na sequência, o pedido será votado. Em caso de aprovação, a CP será composta por sorteio. Caso o pedido seja rejeitado, o processo será arquivado.

    Marchese fez denúncia sobre “Casas de Mariucci”

    A denúncia que sustenta o pedido da CP para investigar Mariucci foi amplamente divulgada pelo vereador Marchese nas redes sociais no início deste ano, por meio de textos e vídeos. Nesta quarta-feira, ele se limitou a dizer que “se abriram uma CP para me investigar por causa de uma denúncia verdadeira que fiz sobre a falta de vagas nas creches, o certo é investigar. Caso contrário, ficará claro que houve um complô contra mim”.

    Já o vereador Mariucci preferiu não se manifestar. Mas é público que a denúncia contra a Aras e a Coohabras envolvendo o vereador está sendo levada adiante pelo Observatório Patriotas, que já manifestou apoio a Marchese e levou a denúncia ao Ministério Público. A advogada Célia Franzoi, do Patriotas, está voluntariamente advogando em favor de ex-associados ao projeto da Aras/Coohabras que desistiram de pagar e pretendem recuperar o dinheiro investido.

    A sessão desta quinta-feira terá a ausência de pelo menos um dos 15 vereadores. Alex Chaves (PHS) se encontra em Brasília, onde foi para audiência com o secretário nacional de Políticas sobre Drogas, Humberto Viana, e não conseguirá retornar a tempo de participar da votação. Para abrir a CP, basta a maioria simples dos presentes. À exceção do presidente da Câmara, os demais vereadores não podem se abster, devem votar “sim” ou “não”.

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