A Comissão Processante da Câmara de Maringá recusou na tarde desta segunda-feira (13) todos os pedidos encaminhados pela defesa do vereador Homero Marchese (PV), denunciado por quebra de decoro parlamentar pelo Partido Verde.
O pedido para contratar uma perícia de linguagem e estilo de texto para esclarecer a suspeita de que o vereador Jean Marques (PV) é coautor da denúncia foi indeferido. Laudo informal, feito a pedido de Marchese, aponta semelhanças entre o texto da denúncia e o de uma ação de ressarcimento assinada por Marques, que é advogado.
Uma eventual comprovação da suspeita de que Marques ajudou na lavratura da denúncia levaria à nulidade do processo, já que o vereador votou favorável à abertura da Comissão e, no caso de coautoria, estaria impedido de votar por ser parte interessada.
Também não foram acatados os pedidos para a Comissão ouvir o prefeito Ulisses Maia (PDT) e os vereadores Mário Hossokawa (PP), Mário Verri (PT) e Marques, que não aceitaram depor. Marchese pediu que a CP recorresse à Justiça, o que foi descartado.
Igualmente não foi deferido o pedido para ouvir o militante do PV e diretor de Zoonoses da secretaria de Meio Ambiente, Lucas de Souza Barbosa, pivô de um dos itens da denúncia, a que acusa Marchese de perseguição e ameaças contra um servidor.
Barbosa foi a única testemunha arrolada pela acusação e não foi ouvida, nem como informante. Após a oitiva de Marchese que respondeu perguntas do relator Carlos Mariucci (PT) e do membro Chico Caiana (PTB), a CP encerrou a fase de depoimentos.
A defesa, que tem como auxiliar o advogado Valter Akira, agora que está concluída a fase de instrução, tem cinco dias para dar vistas ao processo, após a qual a CP emitirá parecer final pela procedência ou improcedência da acusação, que será submetida ao plenário.
Marchese e Marques já se desentenderam
Marchese se envolveu em várias polêmicas nos últimos meses, o que colaborou com a abertura do processo de cassação. Em junho, houve um desentendimento público com o vereador Jean Marques.
Marques usou a tribuna da Câmara para criticar supostos ataques à sua noiva, por parte do vereador agora denunciado. O retruque do companheiro de partido também foi feito na tribuna.
Marchese acusou Marques de fazer acusações infundadas publicamente e houve trocas de ameaças de representações por parte dos dois vereadores.
O presidente da Câmara, Mário Hossokawa (PP), convenceu os dois a não encaminhar as representações e o caso foi abafado. A única providência tomada foi mudar o posicionamento dos vereadores, que no plenário sentavam um ao lado do outro.
Desde então, Marchese passou a se sentar ao lado de Chico Caiana (PTB), membro da Comissão Processante.
- Colaborou o editor Murilo Gatti.
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