Morreu na noite deste domingo o odontólogo Láercio Nickel Ferreira Lopes, de 93 anos, um dos fundadores e ex-presidente da Associação de Odontologia de Maringá, conhecido também por sua paixão pela fotografia. Pioneiro que chegou a Maringá quando a cidade ainda nem tinha energia elétrica, fez algumas das fotografias mais conhecidas que contam a história da cidade, inclusive algumas que mostram diferentes etapas da construção da Catedral.
O velório ocorre na capela do Prever da Zona 2 e o sepultamento será no Cemitério Municipal.
Mineiro de Poços de Caldas, Laércio chegou a Maringá recém-formado, se instalou na Avenida Brasil, próximo à esquina com a Avenida Duque de Caxias e além de tratar dos dentes dos pioneiros maringaenses, trabalhava também com rádios.
O dentista apaixonado por tecnologia, que montava rádios com a mesma destreza que fazia uma obturação, se preocupou em fotografar Maringá enquanto o desenvolvimento da cidade acontecia e assim registrou a Avenida Brasil cheia de tocos de peroba, as ruas poeirentas, automóveis e caminhões atolados na lama em pleno centro da cidade e todo o processo de construção da Catedral
Construiu sua clínica odontológica na Rua General Câmara (hoje Basílio Sautchuk), próximo à esquina com a Avenida XV de Novembro, onde trabalhou por mais de 50 anos, até parar por força da idade.
Paixão à primeira vista
Laércio Nickel chegou a Maringá em 1951, quando a área em que hoje é o Centro ainda estava em construção. Segundo contou, já tinha muitas lojas, mas também muitos terrenos baldios.
“Algumas coisas me encantaram, primeiro a pujança do local, que me entusiasmou quando eu ainda estava no ônibus, segundo foi a cordialidade das pessoas”, lembra, contou a esse repórter, como exemplo o pioneiro Américo Cariani, que lhe alugou o prédio sem pedir fiador e para pagar o aluguel só depois que começasse a ganhar dinheiro.
Em 1951 Maringá ainda não tinha energia elétrica, o que é um problema para a instalação de uma clínica odontológica que não tinha gerador próprio. “O equipamento era muito simples, basicamente uma cadeira regulada a pedal, um motorzinho tocado com o pé e um fogareiro para a esterilização dos equipamentos. A luz do sol que entrava pela janela era a luminária”.
Nickel foi um dos primeiros ‘dentistas formados’ de Maringá e encontrou aqui muitos ‘dentistas práticos’, os famosos tira-dentes, que faziam basicamente o mesmo trabalho, porém sem uma formação universitária. “Os práticos não eram concorrentes, nem adversários. Eram profissionais necessários para uma população que crescia por hora. Quando cheguei, ao invés de criar caso com eles, fiz foi manter amizade, parcerias, nos ajudamos muito”.
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