Mulheres comandam um terço das empresas do Paraná

Colorado, distante 88 km de Maringá, é proporcionalmente a cidade com mais mulheres no comando de empresas no Estado

  • No mês dedicado às mulheres, a Junta Comercial do Paraná (Jucepar) celebra uma marca importante: de cada três empresas ativas no Estado, uma é comandada por representante do sexo feminino (33,5%). Em números absolutos, as mulheres participam do quadro societário de 505.378 de um total de 1.506.089 empreendimentos ativos no Paraná. O levantamento foi finalizado na segunda-feira (8/3), Dia Internacional da Mulher.

    Colorado, distante 88 km de Maringá, é proporcionalmente a cidade com mais mulheres no comando de empresas no Estado. Do quadro empresarial do município de 24.145 habitantes (estimativa Censo 2020), 41,91% têm uma voz feminina no comando. Guaíra (38,76%), Paranaguá (38,70%), Santa Fé (38,49%) e Terra Roxa (38,04%) completam o ranking das cinco mais bem posicionadas.

    “É um dado bastante positivo, que destaca a evolução da participação feminina na sociedade, com mulheres cada vez mais empreendedoras”, afirma o presidente da Junta Comercial do Paraná, Marcos Rigoni.

    O levantamento destaca uma maior participação feminina em cidades de pequeno e médio porte do Estado. Os 13 primeiros municípios, por exemplo, têm menos de 200 mil habitantes, com Cascavel aparecendo logo na sequência – na cidade da Região Oeste 36% de empresas são lideradas por mulheres em um universo de 332.333 moradores, de acordo com a estimativa populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicada no ano passado.

    Cidade mais populosa do Paraná com quase 2 milhões de habitantes, Curitiba é apenas a 26ª no registro da Jucepar. Na Capital, 35,21% do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) é feminino – 124.173 de um total de 352.618 empresas.

    Terra Roxa, na Região Oeste, é a quinta do Paraná no ranking. Lá, 38,04% das empresas têm uma mulher no comando. O que ajudou a cidade a ganhar o título de Capital Estadual e Nacional da Moda Bebê.

    Das 17.522 pessoas que moram no município, cerca de 3 mil trabalham diretamente com o segmento. Considerando os empregos indiretos, gera renda para mais de 5 mil habitantes. Em muitos casos em confecções lideradas por mulheres. “Podemos e vamos gerar ainda mais empregos”, ressalta Cleunice Gali, proprietária da Sonho Mágico, uma das pioneiras no ramo, há 26 anos.

    Empreendedorismo 

    As fisioterapeutas Kelly Cristina Saderli Bandoszeweski e Luana Portugal encorparam a estatística de mulheres “donas do seu próprio nariz”. Com mais de 12 anos no mercado, elas decidiram pedir as contas, se juntar e abrir um estúdio de pilates. O local começou a funcionar em dezembro de 2019 em uma sala alugada no centro de Curitiba. Além do modelo convencional, é especializado em atender gestantes, um nicho que faz com que as sócias sonhem alto.

    Encararam de frente a pandemia do coronavírus, aplicando aulas híbridas e online, e já pensam num próximo passo: abrir uma filial. “Optamos por desenvolver um negócio nosso para poder criar uma identidade própria, individualizar o atendimento da nossa maneira. E tudo valeu muito a pena, o público comprou a ideia”, conta Kelly.

    Para as mulheres, o momento de dificuldade causado pela pandemia foi uma oportunidade para que elas se reinventassem. De acordo com a Pesquisa de Impacto da Pandemia nos Pequenos Negócios, realizada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), 71% das mulheres empreendedoras inovaram durante os dias de isolamento para manter as vendas. Entre os homens, esse índice ficou em 63%.

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    Caminho tomado pela arquiteta Fernanda Vieira Meggetto, também de Curitiba, há quase seis anos. Ela conta que até prestou serviços para uma empresa de engenharia quando saiu da faculdade, mas logo percebeu que o destino seria empreender.

    “Sempre quis trabalhar para mim. Ganhei experiência, conheci o mercado e quis construir meu próprio nome como arquiteta. Tenho mais flexibilidade, autonomia e menos limitação”, diz ela, que há dois anos ganhou uma sócia, a arquiteta Simone Pacheco, no escritório. “Ter empresa é um fato consumado na minha vida”.

    Com informações da Agência de Notícias do Paraná

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