Mais de 1 milhão de brasileiros ficaram desempregados em decorrência da crise causada pelo novo coronavírus. Pesquisas indicam que, após a pandemia, o número de pessoas sem emprego no país pode passar dos 20 milhões. Em épocas assim, surge algo conhecido como “empreendedorismo por necessidade”, quando muitas pessoas resolvem apostar suas últimas fichas em um negócio próprio.
Em grandes crises, além dos milhões de que ficam sem trabalho, é comum também que antigos desempregados se aventurem nos próprios negócios, desistindo completamente de buscar vagas no mercado por conta das dificuldades. E este empreendedorismo emergencial vem servindo de esperança para muita gente no Brasil.
O segmento de alimentação é um dos mais procurados por quem precisa empreender. Por isso, muitos brasileiros investiram suas economias em equipamentos de culinária e começaram a vender comidas pela internet. A demanda por refeições está muito grande na pandemia, com muitas pessoas evitando a ida aos mercados e a presença em restaurantes – em Maringá, a redução na procura por refeições fora de casa foi de 76%. As redes sociais e os aplicativos de entregas facilitam muito o início do negócio, como um gigantesco impulso na divulgação.
Uma prova de que muitos estão investindo no setor é a maior procura recente por equipamentos culinários de qualidade, como as facas profissionais e as panelas de cerâmica, que são essenciais para a profissionalização na cozinha. A busca por esses produtos na internet cresceu quase três vezes.
Com as novas necessidades afetivas geradas pelo isolamento, produtos inovadores também estão surgindo. Um que está fazendo muito sucesso nestes tempos é a “festa na caixa”: uma caixa contendo vários produtos de festa – salgadinhos, bexigas, doces e refrigerantes nas versões leves, vinho e refeições elaboradas em outras. O fato de os aniversários estarem sendo passados longe dos entes queridos é o principal fator pelo qual muitos estão empreendendo com esta ideia simples, mas muito eficiente. Com o tempo, estão surgindo até caixas temáticas, como a de festa junina.
A mistura entre dois ou mais empreendimentos, formando um novo estilo de negócio também está em alta na crise. Um bom exemplo é a junção de startups de comércio virtual com pequenos agricultores. Assim, a população consegue ter acesso mais fácil aos produtos mais frescos, a plataforma virtual alavanca o número de visitantes e de vendas realizadas, e os produtores conseguem manter uma parte da renda durante a crise.Por aqui, o “Maringá Entrega” faz esse papel de vitrine virtual para pequenos negócios.
Entre todos os novos negócios, um dos mais comuns, mas poucas vezes formalizados, é o da confecção de máscaras. Possivelmente, a maior necessidade dos dias atuais, o item é uma aposta constante de brasileiros desempregados para tentar sobreviver durante a crise. Não por acaso, o universo das máscaras está cada vez mais complexo, com modelos super personalizados e diferentes costuras, tecidos e moldes.
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