O comércio de Maringá vive a expectativa de boas vendas para o Natal. Uma pesquisa realizada pela Associação Comercial e Empresarial de Maringá (ACIM), revela que 79,46% dos lojistas entrevistados disseram estar otimistas com o período natalino. Os consumidores acompanham o otimismo dos comerciantes, 66% pretendem fazer compras de Natal.
Do pessoal que pretende fazer compras de Natal mais da metade esperam gastar mais dinheiro que gastaram o ano passado. Segundo o economista Adolfo Stadler Colombo, é um indicativo gradual de recuperação da crise.
“Este momento é de recuperação dos empregos. Em dez meses conseguimos recuperar 161 mil postos de trabalhos formais. Sem contar que o salário médio cresceu mais que a inflação em um ano, então houve um ganho real”, explica o economista.
Apesar do otimismo, 60,71% dos comerciantes de Maringá não pretendem contratar funcionários para atender a demanda de fim de ano. Além de não contratar funcionários temporários, a maioria não pretende reforçar o estoque, o que pode ser um erro, visto que 71% dos consumidores devem optar por fazer compras em lojas físicas.
“Nos últimos anos os lojistas só se deram mal. Eles ficaram receosos para repor os estoques, o que é bom, porque ai eles não exageram”, avalia Colombo. O economista também avalia que o momento é de se manter com o pé no chão.
“Existe muitos pontos positivos nesta época do ano, porém ainda é recente a crise e por isso tem que aproveitar com cautela para não sair perdendo o lucro”, afirma.
Falando em lucro, enquanto os lojistas acreditam que os clientes vão desembolsar até R$ 200,00 para presentear familiares e amigos, eles demonstram querer gastar mais. A pesquisa realizada pela ACIM mostrou que 48% vão gastar até R$ 300, e 20% pretendem investir mais de R$ 500. A forma de pagamento preferida vai ser o cartão de crédito.
Colombo não vê problema com a escolha do pagamento, desde que tenha-se planejamento para pagar as contas em dia. “Os juros do cartão são absurdos, se a pessoa cair no rotativo é furada. Levando em conta a alta taxa de inadimplência no Brasil, é melhor ficar de olho.”
Os itens mais procurados pelos consumidores são roupas, brinquedos e calçados e apenas 21% vão optar pela internet para fazer compras de Natal. De acordo com o economista, o principal motivo dessa escolha é a facilidade de troca dos presentes.
“As compras de fim de ano giram em torno de presentes. Quando você dá algo você já fala das condições de trocas caso a pessoa não gostar. Imagina comprar algo e falar ‘o produto veio do Japão, aqui esta a nota fiscal se você quiser trocar, escreve atrás e envia nos correios’, não dá”, analisa Colombo.
Sobre as datas preferidas para as compras, 35% dos consumidores esperam garantir os presentes na primeira quinzena de dezembro, outros 26% pretendem deixar para o último final de semana antes do Natal. Para o economista, esse pensamento está errado.
“O certo é aproveitar a última semana de novembro, principalmente a Black Friday. Comprar nessas datas (primeira quinzena e último final de semana de dezembro) é o mesmo que comprar um ovo de pascoa na véspera de domingo em um posto de gasolina, você vai gastar muito”, exemplifica Colombo.
Pensamento acertado para o economista é de que a maioria dos entrevistados não devem gastar o 13º nas compras de Natal. Segundo a pesquisa, apenas 14,3% devem usar o benefício para essa finalidade. “Não adianta se emocionar com o dinheiro na mão, sendo que no incio do ano as dividas estão ai”, alerta.
Para Colombo o certo a se fazer com o décimo terceiro é quitar as dívidas, se existentes, e se não for usar para esse propósito, é aconselhável fazer uma poupança para começar melhor o ano.
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