O selo de Indicação Geográfica (IG) de um produto agrega valor por ter garantia de lugar e método de produção, origem e qualidade. O registro foi conquistado, por exemplo, pela uva de Marialva e o mel de Ortigueira. Agora, o Ecossistema de Tecnologia de Informação busca a IG para os softwares desenvolvidos em Maringá.
O trabalho tem a liderança da Associação Software by Maringá, criada em 2007 e que conta com mais de 100 associados. O objetivo, com o trabalho em busca do selo, é posicionar o Polo de TI de Maringá e região nacional e internacionalmente pelos softwares desenvolvidos na cidade.
As empresas começam a se articular oficialmente com a sociedade a partir desta sexta-feira (14/6), com uma palestra gratuita sobre “Marcas coletivas e indicações Geográficas como instrumento para agregação de valor aos produtos e serviços regionais”. O evento vai ser realizado na sede do Sebrae.
O palestrante é o Pesquisador em Propriedade Intelectual pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) e doutor em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Luiz Claudio Dupim.
Na avaliação do presidente da Software by Maringá, Luis Marcos Campos, a obtenção do selo de Indicação Geográfica reconhecendo a expertise da região no desenvolvimento de softwares “será mais um importante asset para posicionar o setor de Tecnologia da Informação como um dos principais do Estado e como referência de um ecossistema de Inovação”, afirmou.
A associação também trabalha para posicionar a região como um dos quatro maiores polos de TI do Brasil até 2020. Uma das principais estratégias do setor é a criação da Rede Maringaense de Blockchain. Também vai ser criado na cidade um Parque Tecnológico, em terrenos que vão ser vendidos pelo município para a empresas de TI. A área fica próxima ao Parque do Japão.
De acordo com Edmila Denig, mestranda do INPI e advogada da Atlas Marcas e Patentes, “a palestra faz parte da mobilização dos empresários do setor quanto a importância de um registro único como esse, só concedido a quem constrói uma reputação ao longo dos anos, por meio do associativismo e cooperação”, diz.
Outros exemplos de selos de Indicação Geográfica no Paraná são a erva mate de São Mateus do Sul, o café do Norte Pioneiro, a goiaba de Carlópolis, o mel do oeste do Paraná e o queijo de Witmarsun. Outras iniciativas que buscam o IG são o melado de Capanema, a cachaça de Morretes, a bala de banana de Antonina e o barreado e a farinha de mandioca do Litoral.
Segundo informações divulgadas pelo Sebrae-PR, uma IG é considerada um bem coletivo conferido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, com valor intrínseco e identidade própria.
O registro distingue os produtos dos similares disponíveis no mercado por sua qualidade, especialidade e tipicidade. O INPI é a instituição que concede o registro e emite o certificado.
As Indicações Geográficas podem ser na modalidade Indicação de Procedência (IP) ou Denominação de Origem (DO).
São registros diferentes, não possuem uma hierarquia ou ordem de solicitação e, que, normalmente, são representados nos produtos por um selo. O registro de Indicação de Procedência garante a tradição histórica da produção em certa região geográfica.
Já a Denominação de Origem indica propriedades de qualidade e sabor que são ligadas ao ambiente, meio geográfico, incluindo fatores naturais e humanos, onde é produzido e aos processos e tecnologias utilizados.
A palestra nesta sexta-feira começa às 16h30. Vai ser na sede do Sebrae de Maringá, que fica na Avenida Bento Munhoz da Rocha Neto, 1116, na zona 7.
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