História da “Doutora Morte”, médica inocentada pela Justiça depois de ser acusada de matar mais de 300 pacientes, está em livro que será lançado em Maringá

  • Inocentada em 20 de abril de 2017 pela Justiça Criminal e também em todos os processos abertos no Conselho Regional de Medicina (CRM), o caso da médica intensivista Virginia Helena Soares de Souza, que ficou conhecida internacionalmente como a “Doutora Morte”, é retratado agora no livro “A Medicina no Banco dos Réus – O Resgate da Verdade”.

    A publicação será lançada oficialmente nesta quinta-feira (13/9), em Maringá. Será durante a participação do advogado Elias Mattar Assad, presidente nacional da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim), no Encontro Maringaense da Advocacia Criminal (EMAC 2018), no Nobile Suítes Maringá.

    A “Doutora Morte” foi acusada de matar mais de 300 pacientes na UTI do Hospital Evangélico de Curitiba (PR) e, agora, os bastidores de todo o processo judicial, que culminou na absolvição da médica, o que inclui os erros da denúncia, a indução da promotoria e a falta de provas são contados em detalhes na obra de 600 páginas.

    O livro foi escrito pelos advogados criminalistas Elias Mattar Assad e Louise Mattar Assad. A publicação promete provocar polêmica nacional por questionar a falta de suporte técnico do Ministério Público e dos órgãos de polícia para investigar casos que envolvam a Medicina.

    Um dos trechos mais impactantes da obra revela o erro na transcrição de uma conversa telefônica da dra. Virgínia, na qual o verbo “raciocinar” foi trocado por “assassinar”. O livro apresenta documentos médicos e jurídicos que serviram de base para a sustentação da defesa ao longo de todo o processo.

    “Este é o caso criminal contemporâneo mais emblemático e desafiador de que se tem notícias. Fiz questão de produzir este material para servir de documento e evitar que erros como esse se repitam”, destaca Mattar Assad. “O livro mostra a busca pela justiça e pela verdade, mesmo quando a opinião pública já decretou seu veredito”, completa.

    Assad afirma que a médica ainda não se recuperou do linchamento moral e profissional ao qual foi submetida. O epílogo da obra revela como vive hoje a dra. Virgínia, reclusa em sua residência em Curitiba, ainda com medo de sair às ruas e ser olhada e filmada pelas pessoas.

    “Apesar da dor e do estrago causado na vida da dra. Virgínia, queremos que essa história inspire os profissionais da Saúde, os profissionais do Direito e os investigadores policiais de todo o país. Não podemos deixar que uma história como essa se repita no Brasil”, defende.

    SERVIÇO:

    • Lançamento do Livro: “A Medicina no Banco dos Réus – O Resgate da Verdade” – Editora DC – Divulgação Cultural
    • Data: 13/09/2018 (quinta-feira)
    • Horário: 14h40
    • Local: Encontro Maringaense da Advocacia Criminal (EMAC 2018) – Nobile Suítes Maringá – Rod. PR-317, km, 5, 5428 – Distrito Industrial 2 – Maringá – Paraná

     

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