Governo precisa de ação concreta de fiscalização na Amazônia, diz deputado

O presidente da Comissão do Meio Ambiente na Câmara dos Deputados, Rodrigo Agostinho (PSB), deve se reunir ainda nesta sexta-feira (23) com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, para discutir as ações dos parlamentares diante das queimadas na Amazônia.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, Agostinho lembrou que, atualmente, ninguém é criminalizado pelo desmatamento e nem as multas são pagas por conta da falta de fiscalização na região. “Precisamos que o Ibama vá a campo e fiscalize. Precisamos efetivamente isso aconteça. Quem desmatou no início do ano agora está colocando fogo, aproveitando a seca. Uma coisa é consequência da outra. Precisamos parar de ficar brigando com a Alemanha e a Noruega para discutir de politicas públicas.”

O deputado culpou, em partes, a postura do Governo pelas ações criminosas. “Recolher fiscais, criticar multas, congelar aplicação de recurso de multa, brigar com o Fundo Amazônia. Tudo isso prejudica. O Governo nunca colocou 10% do dinheiro investido no Fundo Amazônia lá”, completa. Agostinho lembrou também da grilagem de terra.

“Principalmente na região entre o Pará e o Mato Grosso, temos desmatamento para criação de gado e grilagem de terra. As pessoas estão grilando terras públicas e depois conseguem esquentar a documentação em cartório. E essa é, ainda, uma das principais causa de desmatamento la.”

ONGs

Após críticas do presidente Jair Bolsonaro e do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, quanto a atuação de Organizações Não-Governamentais na região, o deputado federal foi incisivo. “Procurar inimigo imaginário é loucura. Ambientalista está lá para proteger a floresta, não pra queimar. Tem muita instituição séria, também deve ter quem não é. Mas, quando se usa recurso público, precisa apurar e investigar de qualquer jeito.”

“O Governo precisa, em vez de discutir dados do Inpe, ter ação concreta e estratégias de desenvolvimento claras. A Amazônia só vai ser diferente com a valorização da floresta e das pessoas que vivem la”, finaliza.

 

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