Foto: Gabriel Rosa/AEN
Não são apenas os turistas que estão aproveitando a nova praia de Matinhos. O comércio local também vem se beneficiando da engorda da faixa de areia e da revitalização da orla, obras que tiveram investimento de R$ 314,9 milhões do Governo do Paraná e que estão 92,3% concluídas.
A Associação Comercial e Empresarial de Matinhos (Acima) calcula que o aumento nas vendas do comércio chegue a 40% nesta que é a primeira temporada de verão com a nova orla.
Segundo o presidente da Acima, Felipe Nascimento, o impacto é sentido principalmente em estabelecimentos que têm contato direto com os veranistas, como bares, restaurantes, lojas e pousadas. “O pessoal está muito feliz com o que vem acontecendo, principalmente com os investimentos do Governo do Estado. O turista que veio ano passado e voltou esse ano viu muita coisa mudando, muita coisa acontecendo, fruto do investimento do Governo”, aponta.
Com o atrativo adicional, o presidente da Acima espera que o comércio de Matinhos não sobreviva mais apenas da temporada. Ou seja, que consiga ter boas vendas o ano todo. “Nossa expectativa é de que Matinhos vire referência para o turismo não só na temporada. Antigamente se falava em viver de temporada. Agora não. O comércio já consegue ter resultado o ano todo”, complementa.
Circulando por Matinhos, é fácil ver o ânimo dos comerciantes. No Restaurante Mariscão, um dos mais tradicionais da cidade, com 37 anos, o faturamento cresceu cerca de 30% em relação ao mesmo período da temporada do ano passado.
“As pessoas vêm para ver a nova orla e aproveitam para comer aqui. Antes não tinha nem praia. Agora está tudo organizado. Tanto que é a primeira vez que estão vindo eventos esportivos para esse lado de Matinhos. Antes era tudo em Caiobá”, avalia Célio Roberto Alves de Lima, 58 anos, um dos gerentes do Restaurante Mariscão, que fica no Centro do município, próximo ao Pico de Matinhos, a praia que mais sofria com os efeitos da ressaca antes da engorda.
Célio afirma que o movimento maior trouxe dois tipos de público ao restaurante nessa temporada: os clientes novos e os antigos que há muito tempo não iam ao estabelecimento. “Ao mesmo tempo que a gente tem visto muita gente de regiões que não vinham para cá, como Sul de São Paulo, Mato Grosso do Sul e um volume maior de paraguaios e argentinos, a gente está vendo a volta de clientes que não vinham aqui há 15, 20 anos”, compara.
Com o aumento no movimento, o restaurante contratou nessa temporada seis funcionários temporários. Na passada, não havia contratado nenhum por não haver demanda. “Na verdade, toda a economia está sendo movimentada. Nós mesmos estamos comprando mais dos nossos fornecedores. Só um tipo de peixe, por exemplo, nós estamos comprando 20% a mais nessa temporada. Fora os outros produtos”, exemplifica Célio.
Na loja de produtos indianos e artigos de praia Braga Vaguita, as vendas estão 50% maiores, estima o vendedor Carlos Leite. Com o aumento da demanda, o estabelecimento está abrindo uma hora mais cedo, às 8h para dar conta do movimento.
“Eu abro a loja e já tem gente aqui querendo comprar um biquíni, uma saída de praia. Antes não era assim, porque, como não tinha praia aqui, estava tudo destruído pela ressaca, só vinha na loja morador da cidade. Agora vem o povo que vai na praia”, compara Carlos, que diz ver as vendas aumentarem ainda mais nos dias de shows que integram o Verão Maior Paraná.
“Além de vir mais gente na loja, tem show toda hora. Antes do show vem bem mais gente comprar, principalmente de manhã, gente querendo comprar uma roupa nova para o show”, afirma Carlos. Ele diz que também tem percebido bastante público de outros estados, em especial Mato Grosso do Sul e São Paulo, além do Interior do Paraná.
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