Dia do Disco de Vinil: Descubra mais sobre essa data

No Brasil, o disco de vinil tem um dia especial de comemoração: o dia 20 de abril. Conheça mais sobre essa data e toda a paixão pelos vinis.

  • No Brasil, o disco de vinil tem um dia especial de comemoração: o dia 20 de abril. Essa data surgiu como uma homenagem ao músico Ataulfo Alves, que morreu no dia 20 de abril de 1968.

    Ataulfo Alves de Sousa, compositor e cantor de samba brasileiro.

    Ataulfo Alves de Souza compôs mais de 300 canções, sendo uma das maiores musicografias da música popular brasileira.

    Dez anos depois da morte de Ataulfo Alves, em 1978, os saudosistas e colecionadores de discos do Rio de Janeiro dedicaram essa data como uma celebração pela paixão pelo vinil.

    História dos discos de vinil

    O primeiro disco de vinil da história foi gravado no dia 21 de junho de 1948, nos Estados Unidos. Se tratava da música “Mendelssohn’s Concerto In E Minor”, tocada pelo violinista Nathan Milstein.

    Foto: Discogs

    Essa data é muito importante para a indústria fonográfica, uma vez que a criação dos discos de vinil viabilizou, pela primeira vez, a gravação de áudios com uma duração mais longa. Por causa disso, os discos de vinil também ficaram conhecidos como Long Play (LP), por ser capaz de tocar músicas por um longo tempo.

    A partir desse momento, se tornou possível escutar um álbum como uma obra completa, e não como uma música individual.

    Já no Brasil, o primeiro disco de vinil foi fabricado em 1951, com marchinhas de Carnaval: o “Carnaval em Long-Playing”.

    Foto: Discogs

    A partir da década de 1980, os LPs começaram a perder espaço para a mais nova criação da indústria musical: os compact discs CDs. Em meados dos anos 2000, surgiu a tecnologia streaming, o que fez com que as vendas de vinil declinassem ainda mais – ainda que eles continuassem sendo apreciados por colecionadores.

    Voltando à moda

    A paixão pelos discos de vinil nunca desapareceu totalmente, mas, recentemente, ela tem voltado com mais força. O que tinha se tornado um gosto exclusivo para colecionadores, está voltando a ter popularidade.

    Um dos motivos para isso foi a pandemia do coronavírus. O mercado da música sofreu mudanças a partir desse período, assim como outros meios comerciais. Com a suspensão de shows e eventos no geral, colecionadores começaram a comprar mais discos, aumentando as vendas pela internet.

    Outra alteração que motivou um aumento no consumo de discos de vinil foi o interesse de novas gerações. Isso impulsionou a demanda por vitrolas e vinis, inclusive com trilhas sonoras modernas.

    Hoje, o Brasil volta a ter fábricas de discos de vinil e as feiras de vinil recebem cada vez mais visitantes.

    Clube do Vinil de Maringá

    Clube do Vinil de Maringá no Mercadão / Foto: Divulgação

    Idealizado por Andye Iore, o Clube de Vinil de Maringá (CVM) existe desde 2014, com feira de compra e venda de discos. Andye tem interesse pelos vinis desde sua adolescência e frequentemente participava de feiras em outras cidades.

    Andye Iore, idealizador do Clube de Vinil de Maringá / Foto: Stephanie Masson

    Nos anos 80, ele costumava ter uma loja de discos em Maringá, antes de se formar em jornalismo. Para que não fosse mais necessário viajar para ter acesso aos discos em outras cidades, surgiu a ideia de fazer a feira em Maringá.

    O Clube de Vinil de Maringá recentemente voltou às atividades presenciais no Mercadão, e a feira vai seguir acontecendo a cada dois meses, oferecendo não só discos novos e usados, como também brechó de roupas, artesanato, decoração, acessórios, livros, quadrinhos e discotecagem no local.

    Um dos clientes da feira, Alexandre Gonçalves, já frequentava lojas de discos desde o final dos anos 80 e, hoje, ele tem mais de mil discos em seu estoque.

    Alexandre Gonçalves, cliente do Clube de Vinil de Maringá / Foto: Stephanie Masson

    Alexandre explica que sua paixão pelos discos vem de uma relação mais íntima entre a pessoa e a música. “Às vezes você tem uma playlist, mas você só coloca lá para tocar e é isso. Com o disco não, você tem que realmente tocar, abrir, limpar e colocar para tocar, por isso, tem uma comunicação mais pessoal”, ele explica.

    Por essa e outras razões, o disco de vinil ainda é o “queridinho” do mercado musical, seja para pessoas que tem uma paixão antiga e viveram a época em que estava em seu auge, como para pessoas que recentemente descobriram o interesse.

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