Na primeira semana de janeiro, o Ministério da Saúde anunciou a inclusão da faixa etária de 5 a 11 anos no programa nacional de vacinação contra a Covid-19. É previsto que essa faixa etária comece a ser vacinada a partir do dia 14 de janeiro em Maringá e municípios próximos.
Entretanto a questão da vacinação de crianças ainda é delicada, já que muitas pessoas têm dúvidas sobre a eficácia e segurança da vacina. Mesmo pessoas que são a favor da imunização podem sentir receio com a ideia de vacinar as crianças por quem são responsáveis. É compreensível, uma vez que o procedimento com a covid-19 é bastante recente, o que deixa incertezas pelo ar.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há proporcionalmente menos infecções sintomáticas e casos com doença grave e mortes por Covid-19 em crianças e adolescentes, em comparação com grupos de idade mais avançada.
A OMS também informa que crianças e adolescentes geralmente têm menos sintomas de infecção por SARS-CoV-2 em comparação com adultos e são menos propensos a desenvolver Covid-19
grave. Sintomas mais leves e apresentações assintomáticas podem significar busca de atendimento menos frequente nesses grupos, portanto, crianças e adolescentes tendem a ser menos testados e casos podem não ser notificados.
Ainda assim, isso não quer dizer que não há riscos de mortalidade infantil pelo Coronavírus. Segundo os dados retirados do portal da transparência da Arpen-Brasil (Associação de Registradores de Pessoas Naturais) houve 324 mortes de crianças entre 5 e 11 anos com covid-19 no país desde o começo da pandemia até o final de 2021. Dessas, 65 faleceram aos 5 anos de idade, as maiores vítimas entre todas as idades. Desse número, uma quantidade ainda maior de crianças foram internadas com a doença e uma porcentagem delas apresentam sequelas e enfrentam dificuldades mesmo após a recuperação da Covid-19.
Para esclarecer alguns fatos e tirar as dúvidas de todo esse processo, o Maringá Post reuniu informações divulgadas pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa. Aqui estão algumas orientações e recomendações a serem seguidas para garantir a compreensão e segurança da população.
Confira a seguir:
Dúvidas frequentes
A vacinação de crianças é segura?
Entidades como a Anvisa, a Organização Mundial de Saúde e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos chegaram à mesma conclusão. Segundo os dados de evidências científicas disponíveis até o momento, os benefícios de vacinar o público infantil superam, de longe, os potenciais riscos.
De acordo com dados oficiais divulgados pela Anvisa, até a metade de dezembro de 2021, cerca de cinco milhões de crianças tinham sido vacinadas. Foi observado que apenas 0,05% dos pacientes apresentaram uma reação adversa e, deste número, 94,9% dos casos foram considerados “não graves”.
Qual será a ordem de vacinação das crianças?
O Ministério da Saúde recomendou que seja seguida a seguinte ordem de vacinação:
- crianças de 5 a 11 anos indígenas ou quilombolas;
- crianças de 5 a 11 anos com deficiência permanente ou com comorbidades à Covid-19;
- crianças que morem com pessoas com alto risco para a covid-19;
- crianças sem comorbidades de 10 e 11 anos;
- crianças sem comorbidades de 8 e 9 anos;
- crianças sem comorbidades de crianças entre 6 e 7 anos;
- crianças sem comorbidades de crianças com 5 anos
Qual é o intervalo entre a primeira e segunda dose?
Segundo o Ministério da Saúde, o intervalo será um tempo de oito semanas.
A vacina para crianças é a mesma para outras faixas etárias?
Não. A vacina para a faixa etária infantil se difere pela quantidade aplicada, que é menor.
A vacina Comirnaty aprovada para crianças é administrada em duas doses de 10 microgramas com três semanas de intervalo. Trata-se de um terço da dose administrada a adolescentes e a adultos. Assim, crianças com 5 anos ou mais poderão ser vacinadas contra o novo coronavírus (SARSCoV-2) de acordo com as recomendações de vacinação do governo federal.
O próprio frasco que contém a vacina infantil é diferente, pois tem a cor laranja, cuja dose de 0,2ml,contendo 10 mcg da vacina contra a COVID-19, Comirnaty (Pfizer/Wyeth), específica para crianças entre 5 a 11 anos. O frasco de vacina para as outras faixas etárias tem a cor roxa. Isso foi pensado para evitar a confusão das duas diferentes doses da vacina.
A vacinação é obrigatória?
A imunização da faixa etária de 5 a 11 anos não será obrigatória de acordo com o Governo Federal. No entanto, governos de estados e municípios têm autonomia para decidir se serão implantadas restrições de circulação de pessoas não vacinadas.
É necessário a autorização dos pais/responsáveis para vacinação de crianças?
Sim. Os pais ou responsáveis devem estar presentes durante a vacinação ou enviar um termo de consentimento por escrito.
Possíveis efeitos colaterais
Adultos e crianças podem ter alguns efeitos colaterais da vacina, que são efeitos esperando diante da resposta imunológica desencadeada pelo imunógeno. Os efeitos colaterais podem afetar a capacidade de realizar as atividades diárias, mas desaparecem em poucos dias. Algumas pessoas não apresentam efeitos colaterais e as reações alérgicas são raras. Sintomas como dor, vermelhidão, edema local, cansaço, cefaleia, mialgia, calafrios, febre baixa e náuseas poderão acontecer com maior frequência.
Os efeitos colaterais graves que podem causar um problema de saúde a longo prazo são extremamente improváveis após qualquer vacinação, incluindo a vacinação Covid-19. De forma geral, esses problemas graves têm mais chances de se desenvolverem a partir do vírus da Covid-19 do que com a vacina. Portanto, mesmo levando esses casos em consideração, os benefícios da vacinação contra a Covid-19 ainda superam os eventuais riscos.
Recomendações
Preparando crianças para Vacinação
A experiência de receber uma vacina COVID-19 será muito semelhante à experiência de receber outras vacinas de rotina. O Ministério da Saúde aconselha que algumas medidas sejam tomadas antes de vacinar uma criança, tais como:
- Conversar com a criança antes da vacinação sobre o que esperar.
- Não é recomendado o uso de analgésicos antes da vacinação para tentar prevenir efeitos colaterais.
- Informar ao profissional de saúde sobre quaisquer alergias que a criança pode ter.
- Para prevenir desmaios e lesões relacionadas aos desmaios, a criança deve ficar sentada ou deitada durante a vacinação e por 15 minutos após a aplicação da vacina.
O que fazer depois da aplicação da vacina?
É importante que a criança vacinada permaneça no local de vacinação por 15–30 minutos em observação na unidade de saúde caso tenha uma reação alérgica grave e precise de tratamento imediato.
Após deixar o local de vacinação, é essencial que os responsáveis continuem acompanhando a condição da criança. Os principais sintomas esperados são dor, inchaço ou vermelhidão no local da injeção, febre, fadiga, dor de cabeça, calafrios, mialgia, artralgia e linfadenopatia axilar localizada no mesmo lado do braço vacinado.
Caso a criança apresente dores repentinas no peito, falta de ar ou palpitações após a aplicação da vacina, os pais ou responsáveis devem procurar um médico.
Medidas de segurança
Mesmo com o avanço da vacinação, continua sendo recomendado seguir as medidas não farmacológicas de prevenção contra à Covid-19 estabelecidas pelas autoridades de saúde pública como distanciamento social, lavagem e higienização das mãos, bem como o uso de máscaras.
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