“Pelo amor de Deus, estamos tendo que escolher quem intubar”, diz prefeito

  • “Pelo amor de Deus, me compreendam, compreendam esse decreto, porque quem não aderir conscientemente vai aderir na marra, com a polícia, vamos multar, fechar comércio. No momento o importante é a vida e estamos tendo que escolher quem intubar”.

    As palavras são de uma gravação desesperada do prefeito de Floresta, Ademir Luiz Maciel, o Dê (PSD), diante da situação caótica a que chegou a saúde pública no município diante do crescente número de contágios pelo coronavírus e da falta de estrutura para atendimento.

    “Estamos tendo que escolher quem intubar porque não temos UTI para todos, nenhuma outra cidade tem UTI para todos. E pode ficar muito pior nos próximos dias”, segue. “Não fechamos igreja porque queremos, não fechamos comércio porque queremos. Estamos assombrados com tudo o que estamos vendo dentro do hospital, as dificuldades da equipe, gente morrendo. E não é só aqui: não tem UTI em lugar nenhum”.

    Confira a situação da saúde no município no áudio do próprio prefeito.

    Dê baixou um decreto restritivo nesta semana para tentar reduzir as aglomerações, mas o município está também sob um decreto do governo do Estado, que, inclusive, impõe toquede recolher em todos os municípios paranaenses.

    O problema é o mesmo de outras cidades

    A gravação do prefeito, que a princípio era para circular entre os munícipes de Floresta como um apelo para que respeitassem as medidas restritivas, chegou à imprensa e tornou-se o assunto do dia nas rádios e sites de notícias de Maringá. O assunto já está sendo divulgado por órgãos de imprensa de outras regiões.

    A situação de Floresta é a mesma da maioria das cidades da região, como tem sido comentado pelos prefeitos nas reuniões virtuais da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep).

    Esta situação levou os prefeitos a iniciarem um trabalho para conseguir vacinas para agilizar a vacinação em seus municípios. Primeiro eles vão pressionar a Secretaria de Saúde do Paraná e o Ministério da Saúde, mas não descartam a possibilidade de comprar vacinas para suas populações.

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