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Em uma decisão que marca uma profunda turbulência política no Sport Club Corinthians Paulista, o presidente Augusto Melo foi afastado de seu cargo na noite desta segunda-feira (26).
Em votação realizada no Parque São Jorge, o Conselho Deliberativo do clube aprovou o processo de impeachment com 176 votos a favor, 57 contra, além de um nulo e duas abstenções. O afastamento é imediato, e o comando interino do clube será exercido por Osmar Stabile, até então primeiro vice-presidente.
Os próximos passos do processo de impeachment
Apesar da deliberação do Conselho, o afastamento de Augusto Melo ainda não é definitivo. A palavra final caberá aos sócios do Corinthians, que precisarão ratificar a decisão em uma assembleia geral. Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho, terá até cinco dias para convocar essa assembleia, cuja votação deve ocorrer em cerca de 30 a 60 dias.
Caso os associados optem por não aprovar o impeachment, Augusto Melo retornará à presidência, e o processo será arquivado. No entanto, se a destituição for confirmada pelos sócios, o Conselho Deliberativo será responsável por eleger o novo presidente do clube por meio de uma eleição indireta, restrita aos próprios membros do órgão.
O “Caso VaideBet” e outros processos
O principal catalisador para o afastamento de Augusto Melo é o “Caso VaideBet”, que envolve a rescisão do contrato de patrocínio com a casa de apostas. O presidente foi indiciado pela Polícia Civil por suposta associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro, em um desdobramento que também aponta como suspeitos Marcelo Mariano, ex-diretor administrativo, Sérgio Moura, ex-superintendente de marketing, e o empresário Alex Fernando André, conhecido como Cassundé.
Além do “Caso VaideBet”, Augusto Melo é alvo de outros três pedidos de impeachment, que somam quatro processos no total. Entre as acusações, estão a falta de informações sobre pendências financeiras do Timão e a reprovação das contas do primeiro ano de sua gestão. A pressão sobre o presidente aumentou significativamente nas últimas semanas, com as principais torcidas organizadas do clube, como Gaviões da Fiel e Camisa 12, passando a pedir publicamente seu afastamento imediato.
A postura de Augusto Melo e a nova presidência
Antes da votação no Conselho, Augusto Melo fez um pronunciamento no qual admitiu a derrota iminente, mas deixou claro que não renunciaria, expressando confiança em um retorno futuro ao cargo. Sua defesa, liderada pelo advogado Ricardo Cury e com a participação do ex-ministro José Cardozo, tem tentado judicializar o processo, alegando abusividade e ilegalidade no indiciamento e no próprio processo de impeachment.
Com a presidência agora sob comando interino, Osmar Stabile discursou pedindo união entre as diferentes correntes políticas do Corinthians. “Não temos o direito de errar”, afirmou Stabile, que prometeu dedicação total aos interesses da instituição e a busca por um “novo ciclo vitorioso”, conclamando todos os corintianos a darem as mãos para superar o momento de turbulência. Stabile contará com o apoio de membros do Conselho Deliberativo e do 2º vice-presidente Armando Mendonça, apesar de serem adversários políticos.
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