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Após anunciar no fim do ano passado a intenção de se candidatar à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ronaldo Fenômeno oficializou sua desistência nesta quarta-feira (12). O ex-jogador revelou em suas redes sociais que não concorrerá ao cargo contra o atual presidente, Ednaldo Rodrigues, após não conseguir o apoio das federações estaduais.
Segundo Ronaldo, das 27 federações que deveriam manifestar apoio a sua candidatura, 23 se recusaram a se reunir com ele. O motivo apresentado foi a satisfação com a gestão atual e o apoio à reeleição de Ednaldo Rodrigues. Para disputar a presidência da CBF, Ronaldo precisava do apoio formal de pelo menos quatro federações estaduais e de quatro clubes das Séries A e B, o que se mostrou inviável diante da falta de receptividade.
Em um trecho da carta aberta publicada nas redes sociais, Ronaldo desabafou: “No meu primeiro contato com as 27 filiadas, encontrei 23 portas fechadas. Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo”. Ele também expressou respeito pela decisão das federações, destacando que, apesar de sua convicção, não havia espaço para sua candidatura.
A eleição para a presidência da CBF segue um sistema de pontos, onde os votos das federações têm peso 3, somando 81 pontos, enquanto os clubes da Série A e B têm peso 2 e 1, respectivamente. A eleição para o cargo de presidente será realizada dentro do próximo ano, com Ednaldo Rodrigues tendo a possibilidade de marcar a data de sua reeleição.
Em sua carta, Ronaldo agradeceu aos que apoiaram sua candidatura e reafirmou sua crença de que o diálogo e a união são essenciais para o futuro do futebol brasileiro. Ele concluiu dizendo: “Se a maioria com o poder de decisão entende que o futebol brasileiro está em boas mãos, pouco importa a minha opinião”. Confira abaixo a nota.
“Depois de declarar publicamente o meu desejo de me candidatar à presidência da CBF no próximo pleito, retiro aqui, oficialmente, a minha intenção. Se a maioria com o poder de decisão entende que o futebol brasileiro está em boas mãos, pouco importa a minha opinião.
Conforme já havia dito, os meus primeiros passos seriam na direção de dar voz e espaço aos clubes, bem como escutar as federações em prol de melhorias nas competições e desenvolvimento do esporte em seus estados. A mudança necessária viria desse alinhamento estratégico, com a força da visão compartilhada.
No entanto, no meu primeiro contato com as 27 filiadas, encontrei 23 portas fechadas. As federações se recusaram a me receber em suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição. Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo.
O estatuto concede às federações o voto de maior peso e, portanto, fica claro que não há como concorrer. A maior parte das lideranças estaduais apoia o presidente em exercício, é direito deles e eu respeito, independentemente das minhas convicções.
Agradeço a todos que demonstraram interesse na minha iniciativa e sigo acreditando que o caminho para a evolução do futebol brasileiro é, antes de mais nada, o diálogo, a transparência e a união.”