Ana Maria Braga, Patrícia Poeta e outros funcionários da Globo protestam contra assédio

O movimento começou na sexta-feira anterior (19/5), após a revista Piauí publicar uma reportagem sobre alegações de assédio feitas por uma engenheira que atuava no setor técnico da emissora.

  • Foto: Reprodução / Globo Play

    Vestindo verde em uma demonstração de solidariedade e protesto, mais de 300 membros da equipe da TV Globo, incluindo as apresentadoras Ana Maria Braga e Patrícia Poeta, denunciaram o assédio moral e sexual na emissora nesta segunda-feira (22/5). O movimento começou na sexta-feira anterior (19/5), após a revista Piauí publicar uma reportagem sobre alegações de assédio feitas por uma engenheira que atuava no setor técnico da emissora.

    A reportagem apresentou um caso aterrorizante de abuso que levou a engenheira, identificada com o pseudônimo de Esmeralda pela revista, a desenvolver transtorno de pânico e depressão. Ela relatou ter sido vítima de assédio sexual e moral, bem como discriminada por ser originária da Paraíba.

    A revista Piauí relata que um colega de trabalho com mais de duas décadas na emissora a assediou, inclusive tentou abusar dela em uma sala da sede da Globo em São Paulo. A emissora mantém na equipe os funcionários acusados por Esmeralda.

    Consequentemente, a vítima buscou justiça, resultando em uma ação na Justiça do Trabalho que culminou em uma multa de R$ 2 milhões por danos morais a ser paga pela Globo. A emissora foi também proibida de demitir a funcionária, que está atualmente em licença.

    O uso da cor verde pelos colaboradores da emissora foi uma maneira silenciosa de exigir ações mais efetivas contra tais incidentes. O Notícias da TV relatou que a mobilização foi organizada por meio de um grupo no WhatsApp, e conta com o apoio de mais de 300 funcionários.

    Em resposta, a Globo manifestou seu apoio à liberdade de expressão dos funcionários. A emissora afirmou que tem um canal de ouvidoria aberto para receber denúncias.

    Veja a nota da emissora:

    “A livre manifestação está em total alinhamento com a nossa gestão de transparência e diálogo permanente. De qualquer forma, a Globo reitera que não comenta casos de Compliance e aproveita para reiterar também que a empresa mantém um Código de Ética em linha com as melhores práticas atualmente adotadas, que proíbe terminantemente o assédio e deve ser cumprido por todos os colaboradores, em todas as áreas da empresa”, diz um trecho.

    “Da mesma maneira, a Globo mantém uma Ouvidoria pronta para receber quaisquer relatos de violação de seu Código de Ética, que são apurados criteriosamente, com a punição dos responsáveis por desvios. Nesse mesmo Código, assumimos o compromisso de sigilo em relação a todos os relatos de Compliance, razão pela qual não fazemos comentários sobre as apurações. Nosso sistema de Compliance também prevê o apoio integral aos relatantes, proibindo qualquer forma de retaliação em razão das denúncias”.

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