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O Paraná registrou 179 casos de feminicídio entre janeiro e junho de 2025 — uma média de quase um por dia. Os dados são do Laboratório de Estudos de Feminicídio da Universidade Estadual de Londrina (Lesfem/UEL).
A maioria dos crimes foi cometida por ex-companheiros. Em 31 casos, crianças e adolescentes presenciaram os assassinatos. Cinco vítimas estavam grávidas. Dezesseis haviam feito denúncias antes de serem mortas.
Para enfrentar esse cenário, o Estado promove a Semana Agosto Lilás, entre os dias 3 e 9 de agosto. A campanha visa divulgar a Lei Maria da Penha, estimular denúncias e promover ações educativas sobre prevenção à violência doméstica.
Criada pela Lei Estadual nº 19.972/2024, a Semana Agosto Lilás integra o Código Estadual da Mulher Paranaense e se alinha à Lei Federal nº 14.448/2022, que tornou agosto o mês da proteção à mulher.
Segundo o deputado estadual Luiz Fernando Guerra (União), autor da lei, o objetivo é “levar informação a todos os cantos do Estado, fazer com que cada mulher conheça seus direitos e que cada agressor entenda que haverá consequências”.
Em 2024, mais de 70 mil denúncias de violência doméstica foram registradas no Paraná. Além disso, houve 32 mil pedidos de medidas protetivas. Os dados foram apresentados pela delegada Luciana de Novaes, da Polícia Civil, em audiência na Assembleia Legislativa.
Apesar do alto número de casos, houve uma redução em relação ao ano passado. No primeiro semestre de 2024, foram 194 feminicídios tentados ou consumados. No segundo semestre, 230. Comparando com os primeiros seis meses de 2025, a queda é de 22%.
A campanha Agosto Lilás usa o laço lilás como símbolo e inclui palestras, debates, seminários e ações de mobilização em todo o Estado. A ideia é sensibilizar a população e fortalecer a rede de apoio às mulheres.
Em todo o Brasil, foram registrados 1.492 feminicídios em 2024, segundo o 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Mais de 21 milhões de mulheres com 16 anos ou mais relataram ter sofrido algum tipo de violência.