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O Brasil registrou 2,52 milhões de nascimentos em 2023, o menor número desde 1976, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta é a quinta queda anual seguida no número de nascimentos no país.
O total de nascimentos em 2023 representa uma redução de 0,7% em relação a 2022 e é 12% menor que a média dos cinco anos anteriores à pandemia de covid-19, quando o país registrava cerca de 2,87 milhões de nascimentos por ano.
Os dados foram obtidos a partir dos registros civis nos cartórios, que somaram 2,6 milhões em 2023. Porém, o IBGE destaca que cerca de 3% desses registros correspondem a pessoas nascidas em anos anteriores, mas registradas somente agora.
NASCIMENTOS ANO A ANO | |
2018 | 2,9 milhões |
2019 | 2,81 milhões |
2020 | 2,68 milhões |
2021 | 2,64 milhões |
2022 | 2,54 milhões |
2023 | 2,52 milhões |
A gerente da Pesquisa de Registro Civil, Klivia Brayner de Oliveira, ressalta que o número baixo deve ser analisado com cautela, já que no passado havia maior sub-registro de nascimentos. Atualmente, os dados são considerados mais precisos.
Entre as razões para a queda no número de nascimentos, estão o aumento dos custos para criar filhos, a maior disseminação de métodos contraceptivos, e a mudança de prioridades das mulheres, que estão adiando a maternidade para focar em estudos e trabalho.
A idade das mães também mudou. Em 2023, apenas 11,8% dos nascimentos ocorreram em mulheres até 19 anos, contra 20,9% em 2003. Já entre mulheres com 30 anos ou mais, o percentual subiu de 23,9% para 39% no mesmo período. O número de mães com 40 anos ou mais dobrou, chegando a 4,3% dos nascimentos.
Unidades da federação com maior proporção de nascimentos gerados por mães até 19 anos em 2023:
- Acre: 21,4%
- Amazonas: 20,5%
- Pará: 19,2%
- Maranhão: 18,9%
- Roraima: 17,9%
- Amapá: 17,8%
Unidades da federação com maior proporção de nascimentos gerados por mães com 30 anos ou mais em 2023:
- Distrito Federal: 49,4%
- Rio Grande do Sul: 44,3%
- São Paulo: 44,3%
- Santa Catarina: 42,9%
- Minas Gerais: 42,8%
Regiões Norte e Nordeste registraram maior proporção de mães jovens (até 19 anos), enquanto Sudeste e Sul concentram mais mães acima dos 30 anos. Fatores culturais, econômicos e acesso aos serviços de saúde influenciam essas diferenças regionais.
No que se refere a óbitos, o Brasil contabilizou 1,43 milhão de mortes em 2023, mantendo a tendência de queda iniciada após o pico da pandemia de covid-19. A maior parte dos óbitos (71%) ocorreu entre pessoas com 60 anos ou mais. Causas naturais representaram mais de 90% dos óbitos, enquanto causas não naturais somaram 7%.
MORTES ANO A ANO | |
2018 | 1,28 milhão |
2019 | 1,32 milhão |
2020 | 1,51 milhão (eclosão da pandemia) |
2021 | 1,79 milhão |
2022 | 1,5 milhão |
2023 | 1,43 milhão |