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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro registrou um aumento de 0,96% no grupo de alimentos e bebidas, impactando em 0,21 ponto percentual o índice geral da inflação. A alta é explicada principalmente pela redução na oferta de produtos como tomate e cenoura, que afetaram os preços no mercado.
Esse aumento ocorre após o grupo de alimentos ter registrado uma inflação mais alta de 1,18% em dezembro. O IPCA totalizou 0,16% em janeiro, a menor variação para o mês desde 1994.
A inflação dos alimentos é uma preocupação do governo, já que o grupo representa 21,69% no custo de vida de famílias com renda até 40 salários mínimos. Para reduzir os preços, o governo estuda medidas como a redução das tarifas de importação.
Entre os itens com maiores variações de preço, destacam-se os tubérculos, raízes e legumes (8,19%), seguidos por bebidas e infusões (2,96%), pescados (1,71%) e aves e ovos (1,69%). Os maiores impactos ocorreram no café moído (8,56%), tomate (20,27%) e cenoura (36,14%).
Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa, explicou que a alta nos preços desses produtos está relacionada à oferta reduzida. No caso da cenoura, a produção foi concentrada em menos estados, o que causou escassez. Para o tomate, fatores climáticos, como chuvas intensas, e o fim da safra também influenciaram na queda da produção.
O café, com alta significativa, segue sendo pressionado tanto pela demanda global quanto pelos problemas climáticos que afetam a produção. Já os preços das carnes subiram de forma mais moderada, 0,36%, devido à melhora no pasto e à redução nos custos de produção.
O governo espera que a queda recente do dólar e a safra recorde de 2025 ajudem a conter a inflação dos alimentos. O IBGE prevê que, após a queda de 2024, a safra nacional de 2025 deve aumentar em 10,2%.