Vacinação contra dengue no SUS: procura por imunizante fica abaixo das expectativas

Vacina Qdenga, aprovada pela Anvisa, enfrenta baixa procura, mesmo com surtos de dengue no país.

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    Um ano após o início da vacinação contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS), a adesão ao imunizante está abaixo das expectativas. De fevereiro de 2024 a janeiro de 2025, foram distribuídas 6,37 milhões de doses, mas apenas 3,2 milhões foram aplicadas em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, público-alvo da campanha.

    A vacinação começou em janeiro de 2024 em 521 municípios, com foco em áreas endêmicas e cidades de grande porte com alta transmissão do vírus. A vacina Qdenga, da Takeda, foi aprovada pela Anvisa em março de 2023 e incorporada ao SUS em dezembro. Seu esquema vacinal consiste em duas doses com intervalo de três meses, mas não está autorizada para idosos.

    Apesar da baixa adesão, a Takeda priorizou o fornecimento ao SUS, limitando a distribuição para a rede privada e garantindo 6,6 milhões de doses em 2024, com mais 9 milhões previstas para 2025.

    A vacina, que recebeu a pré-qualificação da OMS, é recomendada para crianças e adolescentes entre 6 e 16 anos em áreas de alta transmissão. Em 2024, o Brasil enfrentou a pior epidemia de dengue, com mais de 6,6 milhões de casos e 6.103 mortes. Em janeiro de 2025, o país registrava 230 mil casos prováveis e 67 mortes confirmadas.

    A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) alertou para a baixa procura pela vacina e para o risco com a circulação do sorotipo 3 da dengue, não predominante no Brasil desde 2008. O Ministério da Saúde, apesar da escassez de doses, intensificou o controle do Aedes aegypti e o monitoramento das arboviroses, incluindo o lançamento do Plano de Ação para Redução da Dengue e Outras Arboviroses.

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