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As chuvas voltaram com mais intensidade nos últimos dias em praticamente todas as regiões do Paraná, mas, em alguns lugares, há danos irreversíveis em lavouras de soja, conforme o Rally Cocamar Produtividade, acompanhado pela equipe da Ourofino Agrociência, constatou na última terça-feira (21/1) em visita a dois municípios da região de Maringá: São Jorge do Ivaí e Atalaia.
No primeiro, em contato com o produtor Leonardo Damazio, que mantém sociedade com o irmão Eduardo, a estimativa de produtividade foi revista de 160 para 140 sacas por alqueire. Em algumas áreas, a média pode ficar abaixo disso, devido a várias semanas sem chuvas.
“Felizmente não tivemos um período longo de temperaturas muito elevadas, como aconteceu no ano passado, senão os danos poderiam ter sido maiores”, afirmou Leonardo, ao enfatizar que as variedades de ciclo precoce foram as que mais sentiram.
Segundo ele, a soja cultivada em solo protegido com palhada de braquiária, apresentou mais resistência. Abrindo o celular, ele mostrou a diferença de coloração no mapa de um dos lotes, indicando que a soja sobre braquiária apresenta um tom mais escuro, com melhor desenvolvimento devido a retenção da umidade. Os Damazio fazem o plantio de braquiária solteira e o consórcio com o milho de inverno.
Situação diversa
O gerente da unidade local da Cocamar, Bernélio Orsini, comentou que a situação das lavouras no município é bastante diversa e lembrou que dia 1º de janeiro tinha chovido bem apenas entre as cidades de São Jorge e Presidente Castelo Branco, o que trouxe alívio aos produtores. Mas não choveu nada entre a cidade e as barrancas do Rio Ivaí, região que vinha sem umidade desde o dia 22 de dezembro, ficando quase um mês, portanto, sem uma boa precipitação.
“Como na maioria dessas áreas as variedades são precoces, elas sentiram muito e a produtividade deve ficar abaixo da média. Já as tardias apresentam um pouco mais de capacidade de recuperação. Vamos esperar pela colheita para ver o resultado, pode ser que tenhamos lavouras de 100 e 150 sacas. Mas acreditamos que, no geral, a produtividade média deve ficar ao redor de 130 sacas em São Jorge do Ivaí”, disse Orsini.
Começando a colheita
Em Atalaia, logo na sequência, o Rally foi recepcionado com bastante chuva, o que dificultou os trabalhos. Conforme informações do gerente da Cocamar, Márcio Sartori, o município é caracterizado em grande parte pelo solo arenoso, onde os efeitos de uma estiagem são, geralmente, maiores que na comparação com solos argilosos. Cinco por cento das lavouras já haviam sido colhidas até o dia 21, registrando a média de 130 a 140 sacas por alqueire.
“Essa soja colhida até o momento foi a que sofreu menos por falta de água”, explica Sartori, que diz já trabalhar com uma expectativa de redução de produtividade de 25% a 30%, na média geral, em comparação ao estimado. “Estamos calculando uma média entre 95 e 105 sacas”, afirmou o gerente, que não descarta a possibilidade de surpresas positivas. “Teve gente que esperava colher entre 100 e 110 sacas e conseguiu um pouco mais”.
O Rally
Ainda em Atalaia, o Rally visitou rapidamente a propriedade da família Palma, produtora de laranja, pois a chuva não deu trégua. Em 500 alqueires de pomares, a média é de 3 a 4 caixas por planta.
Em sua 10ª edição consecutiva, o Rally Cocamar de Produtividade conta com o patrocínio Ourofino Agrociências, Sicredi Dexis, Seguradora Sombrero, Fertilizantes Viridian, Nissan Bonsai Motors e Texaco, com o apoio da cooperativa de profissionais de agronomia Unicampo, Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb) e Aprosoja-PR.
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