Enfrentamento à violência contra mulher deve ser compromisso de todos, diz ministra Cida Gonçalves

A ministra das Mulheres participou do lançamento da licitação para criação da Casa da Mulher Brasileira, em Foz do Iguaçu (PR).

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    A Itaipu Binacional vai financiar a criação da primeira Casa da Mulher Brasileira em região de fronteira do País. Com o valor de R$ 11 milhões, o espaço será construído no próximo ano e começa a funcionar em 2026.

    O lançamento da licitação foi feito nessa segunda-feira (16), em Foz do Iguaçu (PR), e contou com a participação da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, diretores da Itaipu e autoridades locais.

    Para a ministra, mesmo com uma legislação robusta, o Brasil ainda sofre com um elevado índice de violência contra mulher. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o País é o 5º com maior número de casos de feminicídio no mundo. A cada seis horas, uma mulher é assassinada e, a cada seis minutos, é violentada, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

    “Esta não é uma questão só da Itaipu, da prefeitura ou do Ministério, mas um problema que deve ser enfrentado por toda a sociedade. Não é possível que ninguém se comova com a violência diária contra as mulheres. É preciso fazer um combate sério à misoginia nesse País”, afirmou a ministra.

    Cida Gonçalves também citou um estudo feito pelo Ministério em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que identificou 137 canais no Youtube de cunho explicitamente misóginos, cujos vídeos, divulgados ao longo de seis anos, acumulam mais de 4 bilhões de visualizações e movimentam centenas de milhões de reais em monetização.

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    Foto: Sara Cheida / Itaipu Binacional

    “Só em 2024, as dez casas unidades da Casa Mulher Brasileira atenderam mais de 450 mil mulheres vítimas de violência”, continuou Cida. “É um número muito alto, daí a importância desse novo espaço que vocês vão construir aqui em Foz do Iguaçu”, concluiu.

    A criação da Casa da Mulher Brasileira em Foz do Iguaçu foi formalizada em julho deste ano, por meio de convênio entre Itaipu Binacional, Itaipu Parquetec, Prefeitura de Foz do Iguaçu e Ministério das Mulheres, sendo um dos eixos do “Programa Mulher Viver sem Violência”, retomado pelo ministério em 2023.

    A nova instituição vai integrar, no mesmo espaço, diversos serviços especializados para atender mulheres em situação de violência, como acolhimento e triagem, apoio psicossocial, delegacia, juizado, Ministério Público, Defensoria Pública, promoção de autonomia econômica, cuidado das crianças, alojamento de passagem e central de transportes, conforme critérios do Ministério da Mulher.

    De acordo com o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, a instalação da casa na tríplice fronteira é considerada estratégica, por ser uma região com elevado índice de violência contra a mulher. “Será um espaço para trabalhar a profissionalização e reintegração dessas mulheres na sociedade, protegendo o conceito de família”, afirmou.

    “Esta casa vai possibilitar a unificação de todos os serviços de apoio à mulher num só espaço, tanto na proteção quanto na prevenção, para que a gente possa ter uma política mais efetiva e uma resposta mais rápida aos casos de violência”, contribuiu o prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro.

    Durante a solenidade, Chico Brasileiro condecorou Enio Verri com a medalha Grand Cruz Ordem das Cataratas, a maior honraria municipal, em reconhecimento ao compromisso do diretor com o desenvolvimento de Foz do Iguaçu. Verri dedicou a condecoração a toda a diretoria da Itaipu.

    Comitê interno

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    Foto: Sara Cheida / Itaipu Binacional

    Além do documento sobre a Casa da Mulher Brasileira em Foz do Iguaçu, foi assinada na cerimônia a criação do Comitê de Prevenção e Enfrentamento aos Assédios e Discriminações da Itaipu. O grupo tem o objetivo de combater eventuais casos de assédios internos da empresa.

    O diretor jurídico da Itaipu, Luiz Fernando Delazari, apresentou o comitê, que foi criado após meses de estudos de um grupo de trabalho específico. Ele comentou sobre as diversas ações da Itaipu voltadas ao público interno, como o fortalecimento dos mecanismos de controle e denúncia, com a adequação da Auditoria, do Compliance e da Ouvidoria.

    “Agora estamos instituindo o Comitê de Prevenção e Assédio às Discriminações, que será o guardião da implementação das diretrizes normativas e práticas que protegerão nossos colaboradores e nossas colaboradoras, garantindo um ambiente de trabalho mais seguro, inclusivo e igualitário”, afirmou.

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