Três anos após o crime: Pai é preso suspeito de dopar, estrangular e matar filho autista de 15 anos

O pai e a madrasta, que é suspeita de envolvimento no crime, disseram que o menino tinha cometido suicídio, mas a polícia identificou sinais de homicídio.

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    Um produtor rural de 42 anos foi preso suspeito de matar o filho autista, de 15 anos. Segundo a Polícia Civil, o suspeito, identificado como José Hilton Bonfim, dopou e estrangulou o adolescente com um cipó. A companheira dele, que é madrasta da vítima, é investigada por envolvimento no crime e está foragida.

    João Vitor dos Santos foi morto em fevereiro de 2021, em Jaguará (ES). Inicialmente, o pai e a madrasta disseram que a vítima tinha cometido suicídio, mas a polícia identificou sinais de homicídio durante a investigação.

    O delegado Rodrigo Alves Damasceno, responsável pelo caso e titular da Delegacia de Polícia de Jaguaré, afirmou que o laudo cadavérico revelou que a causa da morte foi homicídio, e não suicídio.

    “Em razão de ser usado um estrangulamento, já começamos a descartar o suicídio. Isso porque, quando há estrangulamento, é necessário haver uma força atuante que faça a constrição do pescoço do rapaz e ele (a vítima) não conseguiria fazer isso”, explicou o delegado.

    Além disso, o corpo do menino não tinha sinais de defesa pessoal ou de luta corporal contra o estrangulamento. Isso levou a corporação a fazer um exame toxicológico, que revelou que a vítima havia sido dopada antes de ser morta.

    “Foi solicitado ao médico legista que estudasse se tinha medicamento na corrente sanguínea e foram encontrados outros medicamentos que causam indução do sono. O menino morreu estrangulado, dormindo. Ele foi levado ao estado de torpor”, afirmou o delegado.

    Relação familiar

    De acordo com a Polícia Civil, a relação entre José Hilton e seu filho, João Vitor dos Santos, era marcada por distância e falta de afeto. A família vivia em uma fazenda isolada, onde José Hilton trabalhava como meeiro há cerca de 10 anos. Apesar de dividirem o mesmo terreno, João Vitor dormia em um alojamento separado do pai, da madrasta e das duas filhas do casal.

    Enquanto o pai descreveu o filho como alguém de “personalidade difícil”, moradores da região apresentaram uma visão diferente, destacando que o adolescente era “amável”.

    Dois meses após o crime, a família se mudou para outro estado. José Hilton pediu à pessoa responsável pela mudança que informasse aos investigadores que eles iriam para Sooretama, no Espírito Santo, mas, na verdade, seguiram para Camamu, na Bahia, o que levantou suspeitas na polícia.

    A Justiça decretou a prisão preventiva de José Hilton e da madrasta, Luciene, em novembro. José Hilton foi localizado e preso em Camamu, na Bahia, enquanto Luciene permanece foragida. A polícia continua buscando informações para localizá-la.

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