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De acordo com Ana Paula Michelin, coordenadora do curso de Farmácia da Universidade Unopar Anhanguera, pais precisam estar atentos aos cuidados em casa, devido à curiosidade das crianças
Entre 2019 e 2024 foram registrados no Paraná 15.780 casos de intoxicações em crianças de até 11 anos, e 44% delas foram causadas por medicamentos. Esses dados foram publicados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
O levantamento mostra ainda, que 20% das intoxicações infantis são causadas por produtos de uso doméstico, como produtos de limpeza e substâncias químicas, que muitas vezes são armazenados de maneira inadequada, como em garrafas PET, confundindo-se com sucos ou refrigerantes. Outros produtos perigosos incluem raticidas, agrotóxicos e cosméticos, além de plantas tóxicas.
Cerca de 90% dessas intoxicações ocorrem no ambiente doméstico. Nesse contexto, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) do Paraná, alerta sobre a importância de práticas preventivas simples, como o armazenamento correto de substâncias perigosas, fora do alcance das crianças. Ações de conscientização tem sido feitas entre a Sesa e a Secretaria de Educação (Seed) do Estado.
Para a coordenadora do curso de Farmácia da Universidade Unopar Anhanguera, Ana Paula Michelin, as intoxicações em casa, especialmente entre crianças menores de quatro anos, se dão devido à curiosidade e o hábito de explorarem objetos e levá-los até a boca, o que aumenta o risco de ingerirem medicamentos acidentalmente.
“Medicamentos como antidepressivos, benzodiazepínicos e anti-inflamatórios estão entre os principais responsáveis por essas intoxicações, com consequências que podem variar de sintomas leves a casos graves, como dificuldade respiratória, vômitos, confusão mental e, em situações extremas, até a morte, por isso é essencial os pais redobrarem essa atenção”, ressalta.
A especialista enfatiza a necessidade de armazenar medicamentos fora do alcance das crianças, de preferência em locais trancados. “Caso ocorra uma suspeita de intoxicação, é recomendado buscar atendimento médico imediato e evitar provocar vômitos. Serviços de orientação como o Centro de Controle de Envenenamentos (CIATox) estão disponíveis para emergências”, explica.
A farmacêutica dá algumas dicas de cuidados. Confira:
Mantenha medicamentos fora do alcance das crianças: Armazene remédios em locais altos, de preferência em armários trancados ou com travas de segurança. Nunca deixe medicamentos sobre mesas, balcões ou dentro de bolsas acessíveis;
Use embalagens com tampas de segurança: Certifique-se de que os medicamentos estejam em embalagens com tampas resistentes para crianças. Embora não sejam completamente à prova de crianças, essas tampas dificultam o acesso;
Explique os riscos para as crianças: Desde cedo, ensine as crianças que remédios não são doces e devem ser manueados apenas por adultos. Use uma linguagem adequada à idade para explicar a importância de não mexer em frascos de remédios;
Nunca chame medicamentos de “doces”: Evite relacionar medicamentos a guloseimas para não confundir as crianças, que podem tentar ingerir remédios por conta própria, acreditando que são inofensivos;
Descarte medicamentos vencidos: Medicamentos fora da validade ou que não estão mais em uso devem ser descartados corretamente. Evite jogar no lixo comum ou no vaso sanitário. Em muitos lugares, há pontos de coleta específicos para o descarte seguro;
Mantenha produtos de limpeza e químicos fora do alcance: Além dos medicamentos, produtos de limpeza e químicos também podem causar intoxicação. Armazene-os em locais seguros e longe do alcance das crianças, preferencialmente em armários trancados;
Tenha números de emergência à mão: Mantenha em local visível números de emergência, como o Centro de Controle de Intoxicações (CIATox), que pode fornecer orientações em caso de suspeita de envenenamento;
Atenção redobrada em visitas: Em visitas a outras casas ou viagens, certifique-se de que os medicamentos e produtos perigosos também estejam fora do alcance das crianças.
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