Atualização Tecnológica de Itaipu inclui conversores que aumentam a confiabilidade da usina

Descubra a inovação dos Conversores Estáticos de Frequência de Itaipu e seu papel na conversão de energia entre os setores de 50 Hz e 60 Hz.

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    A Itaipu recebeu no fim de setembro o segundo Conversor Estático de Frequência SFC (Static Frequency Converter), parte do sistema responsável pela conversão de energia entre os setores de 50 Hz e 60 Hz dos serviços auxiliares da Usina.

    O primeiro conversor, do setor de 60 Hz, já havia chegado em agosto. Os equipamentos foram descarregados parte no Edifício de Descarga Central, na cota 144, e parte na Área de Montagem Central, cota 108, onde ficarão armazenados até o início da montagem, prevista para iniciar em janeiro de 2025.

    Os conversores estáticos de frequência representam uma inovação importante na configuração dos serviços auxiliares elétricos da usina, permitindo que no futuro um setor possa também alimentar o serviço auxiliar do outro setor, de forma cruzada. Na configuração de hoje não há uma interligação entre os setores 60 Hz e 50 Hz dos serviços auxiliares. Essa nova funcionalidade agrega mais flexibilidade e confiabilidade ao processo de geração de energia, principalmente no que tange à capacidade de autorrestabelecimento da usina.

    Cada um dos conversores tem 10,4 metros de comprimento, 2 metros de largura e 3,8 metros de altura. Eles foram enviados da Itália em duas partes, visando facilitar o transporte e o armazenamento.

    Os conversores serão instalados nas salas dos Grupos Geradores Diesel, na cota 127, uma delas localizada no setor de 50Hz e a outra no setor de 60Hz. Os próprios geradores diesel também serão substituídos no projeto por equipamentos mais modernos e mais compactos. As duas salas estão passando por um processo de reforma e adequação civil para permitir a montagem dos equipamentos, conforme o arranjo definido no projeto executivo.

    Recepção

    Alceu Aparecido de Almeida, técnico da Divisão de Montagem Eletromecânica, acompanhou a chegada do equipamento para a sua instalação. “Nós recebemos os equipamentos e damos a destinação, indicando o local de armazenamento e preparando toda a logística para isso”, explica.

    Ele acrescenta: “Participamos do processo de desmontagem dos equipamentos antigos e a instalação dos equipamentos novos. Finalizando a montagem, nós os entregamos para o pessoal de Manutenção, que executa todos os testes de comissionamento e, ao final, entrega para a Operação, que coloca os equipamentos em serviço”.

    Interligação

    Segundo Vinicius Bernardi Fuerback, da Divisão de Engenharia Eletromecânica, o conversor estático de frequência vai permitir a interligação entre os serviços auxiliares dos setores de 50 Hz e 60 Hz da usina. “Isso vai aumentar a confiabilidade do sistema e facilitar o processo de transição que acontecerá quando estivermos descomissionando os geradores diesel de 50 Hz. Trata-se de um equipamento estratégico tanto para o processo da atualização tecnológica quanto para o período após a atualização tecnológica.”

    Fuerback lembra que já em 1978, ainda nos primórdios da construção, havia sido identificada a necessidade de um conversor nestes moldes para a usina, mas por questões técnicas o equipamento nunca foi instalado. A nova oportunidade de instalar o equipamento vem com o Plano de Atualização Tecnológica, “um processo que estamos vivenciando agora”, revela.

    “Naquela época, a solução era diferente, era um conversor rotativo. Passaram-se os anos e veio o conversor estático, então ele acaba sendo um marco para eletrônica de potência”, reforça. “Até hoje nós não tínhamos nenhum sistema que permitisse essa integração entre os serviços auxiliares dos setores de 50 Hz e 60 Hz.”

    Fuerback também destaca todo o trabalho de integração da Diretoria Técnica nesse processo. “Desde o começo, temos uma parceria bem grande aqui na Diretoria Técnica. Desde as especificações técnicas até a aprovação do projeto, tivemos uma participação em todo o processo com as equipes de Manutenção, Operação e Obras. Foi um trabalho conjunto. A chegada desses equipamentos mostra um resultado positivo dessa sinergia.”

    Para a engenheira Josilene Ferrari Reis Barros, da Divisão de Engenharia de Manutenção Elétrica, que será uma das especialistas da Engenharia de Manutenção responsáveis pelos equipamentos e que participou da etapa de Teste de Aceitação em Fábrica (TAF) junto com a equipe da Superintendência de Materiais da Diretoria Financeira, área responsável pelas inspeções em fábrica, a implementação do conversor estático de frequência representa um avanço na confiabilidade dos serviços auxiliares. “Essa tecnologia inovadora nos traz a oportunidade de expandir nossos conhecimentos, primeiramente durante a fase de comissionamento, onde será preciso garantir o correto funcionamento do SFC e sua integração com os demais equipamentos.”

    Binacionalidade

    O projeto é um exemplo de esforço binacional, contando com a participação de empregados da margem direita (Paraguai) e da margem esquerda (Brasil). “A Diretoria Técnica tem a binacionalidade como uma de suas principais forças. O sucesso do projeto depende do trabalho em equipe e da parceria entre as duas margens”, finaliza Fuerback.

    Diego Alejandro Torres Ferreira, da Divisão de Operação da Usina e Subestações, explica que a área será a responsável final pela operação dos conversores de frequência, que vão garantir o fornecimento de energia dos serviços auxiliares, mantendo assim a segurança da casa de força, barragem principal e vertedouro da hidrelétrica.

    “É por esta perspectiva de ‘usuário final’ que participamos desde a fase de projeto, graças à abertura proporcionada pela Divisão de Engenharia Eletromecânica”, conta.

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