Não é história da Bíblia: Rio do Paraná fica vermelho por causa de produto químico

O produto que deixou o rio vermelho foi identificado como “fumaça líquida”, utilizado na indústria alimentícia para dar coloração e sabor defumado a carnes.

  • Na manhã de quinta-feira (03), os moradores de Toledo (a cerca de 270 km de Maringá) foram surpreendidos por uma cena incomum: o Rio Toledo, próximo à Avenida Maripá e Rua Garibaldi, apresentou uma coloração avermelhada intensa.

    Essa situação, que lembra trechos bíblicos em que rios se tornam vermelhos, como na história do Êxodo, gerou preocupação sobre qualidade da água e possíveis riscos à natureza da região.

    O fenômeno rapidamente atraiu a atenção da população local, que registrou e compartilhou imagens do rio. O Instituto Água e Terra (IAT) foi acionado para investigar a causa da coloração e, segundo Luiz Henrique Fiourucci, chefe da regional do IAT em Toledo, o produto responsável foi identificado como “fumaça líquida”, utilizado na indústria alimentícia para dar coloração e sabor defumado a carnes.

    “Foi localizado o escorrimento que atingiu a galeria. Ainda não foi possível identificar se foi intencional ou não. O produto no momento foi identificado como fumaça líquida, produto usado na indústria alimentícia para dar coloração avermelhada, um gosto de defumado na carne. Nossa equipe está avaliando a extensão do dano” , explicou o representante do IAT em entrevista ao G1.

    Até o momento, não foram registradas mortes de peixes ou outros animais na área. Com o apoio da prefeitura, ações de limpeza estão sendo realizadas para conter a propagação do produto nas águas do rio.

    A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) também está monitorando a situação, assegurando que o abastecimento da cidade, que depende do rio, não foi comprometido, pois a captação de água ocorre antes do ponto afetado.

    O responsável pela empresa implicada no vazamento foi identificado e intimado a prestar esclarecimentos na próxima semana. O lançamento irregular de substâncias em galerias é considerado uma infração ambiental, e o IAT deverá iniciar um processo para investigar a responsabilidade e avaliar a extensão dos danos, que pode resultar em penalidades.

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