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A decisão do governo da África do Sul de proibir gradualmente a criação de grandes felinos em cativeiro e o uso de leões para fins comerciais está gerando preocupações entre empresários do setor. O país abriga mais de 8.000 leões em cativeiro, superando o número de leões selvagens em liberdade.
Em 2022, uma equipe designada pelo Ministério do Meio Ambiente recomendou a proibição da criação de leões, mas não sugeriu incentivos financeiros para os criadores. As recomendações foram implementadas em abril deste ano, embora não tenha sido definido um prazo para a eliminação total dessa prática. Mesmo com a eleição de um novo governo em maio, as políticas permanecem inalteradas.
Segundo o G1, Willie Le Roux, proprietário de uma hospedaria e pesquisador de reprodução de vida selvagem, manifestou preocupação com as novas regulamentações. Le Roux, que já produziu filhotes de leão por inseminação artificial em 2017, utiliza caminhadas guiadas com leões para financiar suas operações e pagar funcionários. Ele argumenta que a proibição ameaça o sustento de seus empregados e compromete a continuidade de suas pesquisas.
Entre as alternativas propostas pelo governo para os criadores estão a esterilização, a entrega dos leões para serem soltos na natureza, ou o envio dos animais para santuários. A ideia é que, com o fim da criação em cativeiro, recursos atualmente usados nessa prática sejam redirecionados para esforços reais de conservação, beneficiando economicamente as comunidades ao redor de reservas e parques nacionais.
Fiona Miles, diretora da organização de bem-estar animal Four Paws na África do Sul, defende que o fim da criação comercial de leões pode trazer benefícios econômicos, aumentando o turismo sustentável e reforçando a proteção da vida selvagem no país.
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