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O Ministério Público do Paraná abriu uma investigação para apurar irregularidades na operação da Voepass no Aeroporto de Cascavel. As denúncias indicam que a companhia aérea teria operado por quase três meses sem um contrato formal com a Transitar, a autarquia responsável pela administração do aeroporto. A denúncia, registrada na última segunda-feira (26), acusa servidores públicos e diretores da Voepass de crimes de responsabilidade.
A chegada da Voepass a Cascavel foi anunciada no início deste ano, mas o início das operações só foi divulgado oficialmente pela prefeitura em abril. Em comunicado à imprensa, o município informou que a companhia estava operando em parceria (codeshare) com a Latam, realizando voos diários para o aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A aeronave utilizada para o trajeto seria a ATR-72, modelo envolvido em um acidente recente em Vinhedo, São Paulo.
O termo de permissão de uso do aeroporto foi assinado apenas em 18 de junho pela presidente da Transitar, quase três meses após o anúncio inicial. A denúncia sobre a operação sem contrato foi enviada anonimamente ao Ministério Público em Cascavel. Em resposta, o MP-PR solicitou informações detalhadas à Transitar, com um prazo de 24 horas para resposta.
As denúncias também ecoaram na Câmara dos Deputados. Durante uma reunião da comissão que acompanha as investigações do acidente aéreo com o voo 2283, o deputado Padovani (União-PR), relator da comissão, sugeriu que o prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, fosse convidado para prestar esclarecimentos. A sugestão foi acolhida pelo presidente da comissão, Bruno Ganem (Podemos-SP), mas ainda não há uma data definida para essa audiência.
Além disso, a comissão parlamentar já formalizou convites para ouvir outros envolvidos, incluindo o chefe de investigação do Cenipa, Marcelo Moreno, e o presidente da Voepass, José Luiz Felício Filho, com expectativa de depoimentos a partir de 10 de setembro.
Em nota, a prefeitura de Cascavel afirmou não ter recebido intimação formal do Ministério Público, mas reconheceu que houve um atraso na formalização do contrato, atribuindo a responsabilidade aos servidores envolvidos. A Transitar iniciou um processo administrativo para apurar os fatos.
As informações são do repórter Leonardo Gomes, da BandNews Curitiba.
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