Empresários cobram presidente sobre impactos da greve na Anvisa para o setor de saúde

Paralisação de servidores da Anvisa atrasa registro de produtos e ameaça investimentos de R$ 17 bilhões em medicamentos, afirmam líderes do setor.

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    Empresários da indústria da saúde manifestaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (14), preocupações sobre os prejuízos que a paralisação e a redução das atividades dos servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estão causando ao setor.

    Durante um evento no Palácio do Planalto, em que foram anunciados novos investimentos públicos e privados no setor, Paulo Henrique Fraccaro, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (Abimo), destacou a importância da Anvisa, que representa 25% do PIB brasileiro. Ele alertou que a greve está prejudicando o registro de produtos, como fármacos e dispositivos médicos, e pediu que o governo reverta a situação.

    A greve, que já dura cerca de dois meses com operação-padrão, agravou-se após uma mobilização de 48 horas no fim de julho, interrompendo serviços na Anvisa e em outras agências reguladoras. Reginaldo Arcuri, presidente-executivo da FarmaBrasil, também apelou por uma solução urgente para a negociação salarial com os servidores, apontando que o valor médio de medicamentos pendentes de análise na Anvisa alcançou R$ 17 bilhões em 2023.

    Como a maior parte das matérias-primas da indústria farmacêutica, incluindo o ingrediente farmacêutico ativo (IFA), é importada, o estoque das empresas pode ser comprometido, gerando um impacto significativo no setor.

    Em resposta, a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, informou que a oferta mais recente ao Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) inclui um reajuste salarial de até 23%, dividido em duas parcelas (janeiro de 2025 e abril de 2026). Embora a proposta não recupere todas as perdas acumuladas, ela é considerada um avanço nas negociações. Lula, ao ouvir as preocupações dos empresários, pediu à ministra maior empenho na resolução do impasse.

    Até o momento, o Sinagências não se manifestou sobre a proposta do governo.

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